Cientistas usam cérebro de inseto para criar robôs mais eficientes

Equipe se baseou nas atividades neuronais da mosca-da-fruta para criar um hardware capaz de otimizar a locomoção de robôs
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 16/02/2024 01h20, atualizada em 19/02/2024 20h44
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Cientistas da Universidade de Groningen, na Holanda, e da Universidade de Bielefeld, na Alemanha, se inspiraram no cérebro da mosca-da-fruta (Drosophila melanogaster) para desenvolver robôs que podem se locomover de forma mais organizada, evitando colisões e utilizando menos energia. A pesquisa foi publicada na revista Nature Communications.

Entenda:

  • Cientistas das universidades de Groningen e Bielefeld desenvolveram um hardware neuromórfico inspirado no cérebro da mosca-da-fruta;
  • O modelo possibilita que os robôs se movimentem de forma mais organizada em terrenos densos e evitem colisões com obstáculos;
  • O hardware consegue replicar a forma como os insetos se locomovem durante o voo, centrando-se entre objetos e evitando colisões;
  • A pesquisa foi publicada na revista Nature Communications.

“Grande parte da robótica não se preocupa com eficiência”, disse a física Elizabetta Chicca em um artigo da Universidade de Groningen. “Nós, humanos, tendemos a aprender novas tarefas à medida que crescemos e, na robótica, isso se reflete na tendência atual de aprendizado de máquina. Mas os insetos são capazes de voar imediatamente desde o nascimento. Uma maneira eficiente de fazer isso está programada em seus cérebros.”

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(Imagem: Leoni von Ristok)

Thorben Schoepe foi o responsável por desenvolver um modelo das atividades neuronais da D. melanogaster, replicando-o em um robô com rodas capaz de se centrar entre objetos e desviar habilmente de obstáculos, como acontece com os insetos durante o voo. Isso graças a uma rede neuromórfica que guia o robô através de regiões de baixo movimento aparente.

A equipe acredita que o estudo seja pioneiro para aprimorar o desenvolvimento de hardwares neuromórficos na robótica, com o modelo podendo ser utilizado, futuramente, para “viajar em terrenos densos, evitando colisões, atravessando lacunas e selecionando passagens seguras”, explicou Chicca.

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.