Um novo sistema de rede em nuvem promete acabar com a demora para identificar bactérias e outros microrganismos. A ferramenta, chamada MicrobeMASST, é uma parceria de um grupo de cientistas brasileiros e de outros 14 países que, além de agilizar na identificação, vai comparar informações químicas dos organismos e conectar cientistas a um banco de dados mundial para facilitar o estudo. A rapidez pode ser essencial, por exemplo, na hora de reconhecer uma infecção.

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Agilizar identificação de bactérias e microrganismos

Segundo o Jornal da USP, o projeto envolve 15 países e 25 laboratórios diferentes, sete deles brasileiros. A rede em nuvem já reúne mais de 100 milhões de dados, a partir de 61 mil análises químicas microbianas.

De acordo com o professor Norberto Peporine Lopes, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), as amostragens aparecem em 1.300 espécies, de mais de 500 gênero e 260 famílias de bactérias.

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Isso mostra a vantagem da análise dos microrganismos em tão pouco tempo. Basta apenas alguns segundos para o sistema encontrar um resultado para a amostra, que, como lembra Lopes, pode ser vital na hora de identificar um vírus ou uma bactéria que está infectando uma pessoa ou causando uma infecção.

Para além da medicina e área da pesquisa, o projeto pode ajudar nos setores de agronomia, para identificar patógenos do solo ou plantas; na arqueologia, para identificar espécies antigas; ou até na área forense.

(Imagem: Choksawatdikorn – Shutterstock)

Como funciona a rede em nuvem

  • O MicrobeMASST é alimentado por dados de repositórios públicos referentes a substâncias químicas e microrganismos;
  • Segundo os pesquisadores, a rede em nuvem atual preenche lacunas de outros bancos de dados. Alguns, por exemplo, são limitados a informações de genoma e estrutura química. O MicrobeMASST reúne tudo que estiver disponível;
  • Ainda, a ferramenta fornece informações de uma técnica chamada espectrometria de massa, resultantes de uma análise química de cada amostra;
  • Assim, a rede em nuvem tem duas informações novas: massa da bactéria ou de outros microorganismos e quais as ligações entre os átomos dela, uma das características essenciais da composição química;
  • Tudo isso ajuda a caracterizar cada vez mais as amostras e fornecer dados mais aprofundados.