No cenário atual de crescentes ameaças cibernéticas, a inteligência artificial (IA) surge como um poderoso aliado na defesa dos espaços digitais. É o que afirmou Sundar Pichai, CEO do Google, em recente participação na Conferência de Segurança de Munique.

Com o avanço rápido da IA, as ferramentas tecnológicas baseadas nessa capacidade estão se tornando cruciais para governos e empresas na aceleração da detecção e resposta a ações hostis, contrapondo-se às preocupações sobre os usos mal-intencionados da IA.

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Estamos certos em nos preocupar com o impacto na segurança cibernética. Mas a IA, eu acredito, de forma contraintuitiva, fortalece nossa defesa em segurança cibernética.

Sundar Pichai, CEO do Google

Os ataques cibernéticos, cada vez mais frequentes e sofisticados, representam uma ameaça significativa, com custos para a economia global que se estima alcançarem US$ 8 trilhões em 2023, projeção que aponta para um aumento até US$ 10,5 trilhões em 2025, de acordo com a Cybersecurity Ventures.

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Uma análise do Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido, parte da agência de inteligência GCHQ, alerta para o agravamento dessas ameaças impulsionado pela IA, facilitando o acesso a ferramentas de hacking e potencializando atividades maliciosas como ataques de ransomware.

CEO do Google defende potencial da IA como defensora

No entanto, Sundar Pichai enfatiza o potencial desproporcional da IA em beneficiar os defensores cibernéticos, oferecendo uma ferramenta que opera em larga escala e reduz o tempo necessário para a detecção e combate a ataques. Segundo ele, isso mitiga o dilema dos defensores, que precisam ser bem-sucedidos a todo momento para proteger seus sistemas contra hackers que precisam acertar apenas uma vez.

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A IA ajuda desproporcionalmente as pessoas que estão defendendo porque você está obtendo uma ferramenta que pode impactá-la em larga escala em comparação com as pessoas que estão tentando explorar. Então, de certa forma, estamos vencendo a corrida.

Sundar Pichai, CEO do Google

O Google, alinhada a essa visão, anunciou recentemente iniciativas que incluem ferramentas de IA e investimentos em infraestrutura para reforçar a segurança online. Dentre elas, destaca-se o Magika, uma ferramenta de código aberto destinada à detecção de malware, e um white paper que propõe medidas de pesquisa e criação de salvaguardas em torno da IA, já integradas em produtos como o Google Chrome e o Gmail.

Pacto da IA

  • Este movimento coincide com a assinatura de um pacto por grandes empresas no MSC, comprometendo-se a tomar precauções razoáveis para prevenir o uso de ferramentas de IA na perturbação de votações democráticas em 2024 e além.
  • Gigantes como Adobe, Amazon, Google, IBM, Meta, Microsoft, OpenAI, TikTok e X firmaram o acordo, que também aborda a resposta a “deepfakes” gerados por IA, destinados a enganar eleitores.
  • No contexto global, o ciberespaço é reconhecido como um novo campo de batalha, conforme descreveu Hillary Clinton, ex-Secretária de Estado dos EUA.
  • A corrida armamentista tecnológica se intensifica com a IA generativa, oferecendo vantagens defensivas significativas àqueles que conseguem se antecipar aos adversários, segundo Mark Hughes, presidente de segurança na DXC Technology, que aponta ganhos significativos com ferramentas que aceleram a detecção e engenharia reversa de ataques.