O relatório “Bombas Atômicas”, escrito por um grupo de cientistas liderados por J. Robert Oppenheimer, vai a leilão em 14 de março. Escrito poucas semanas antes dos EUA lançarem as bombas Little Boy e Fat Man sobre as cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki, respectivamente, o relatório é um dos documentos históricos mais significativos do mundo.

Para quem tem pressa:

  • O documento histórico “Bombas Atômicas”, assinado por J. Robert Oppenheimer e um grupo de cientistas do Projeto Manhattan, será leiloado pela RR Auction em 14 de março;
  • Esta coletânea de relatórios e memorandos, apresentada ao presidente Harry S. Truman em julho de 1945, detalha o desenvolvimento da bomba atômica, além de recomendar seu uso contra o Japão para encerrar a Segunda Guerra Mundial;
  • Além de Oppenheimer, o documento conta com assinaturas de figuras proeminentes como Enrico Fermi, Ernest O. Lawrence, James Chadwick e outros, que desempenharam papéis cruciais no desenvolvimento da bomba atômica durante o Projeto Manhattan;
  • O relatório, escrito antes do teste Trinity e dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, é uma peça fundamental para compreender os esforços científicos e as decisões políticas que levaram ao uso da bomba atômica, um marco na história mundial.

O documento será leiloado pela RR Auction – cuja sigla significa “Remarkable Rarities” (“Raridades Notáveis”, em tradução livre). A casa de leiloes vai transmitir o leilão do documento ao vivo em seu site.

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‘Bombas Atômicas’: o que diz o relatório?

Capa do relatório Bombas Atômicas, assinado por Oppenheimer
(Imagem: RR Auction)

Na verdade, o relatório não era um único documento, mas sim uma coleção de relatórios e memorandos escritos por diferentes cientistas e técnicos do Projeto Manhattan. Em suma, a coletânea descreve o desenvolvimento da bomba atômica e suas implicações militares.

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Os relatórios que compõem essa coletânea foram escritos antes do teste Trinity, em Alamogordo – o primeiro da bomba atômica (e clímax de Oppenheimer, épico dirigido por Christopher Nolan, lançado em 2023). 

O documento foi apresentado ao presidente dos Estados Unidos, Harry S. Truman, em 16 de julho de 1945 – dia do teste Trinity, cinco semanas antes dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki (6 e 9 de agosto, respectivamente). Além de detalhar os meandros do desenvolvimento da bomba, o relatório recomendava que o país a usasse contra o Japão para acabar com a Segunda Guerra Mundial.

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Cientistas que participaram do Projeto Manhattan (Foto: Getty Images)

Além do “pai” da bomba atômica, a lista de assinaturas do documento traz 23 nomes. Entre eles, estão:

  • Enrico Fermi (1901-1954): físico estadunidense renomado por ser o criador do primeiro reator nuclear do mundo, o Chicago Pile-1, e membro do Projeto Manhattan. Ele foi chamado de “arquiteto da bomba atômica”;
  • Ernest O. Lawrence (1901-1958): físico nuclear estadunidense e ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1939 por sua invenção do ciclotron. É conhecido por seu trabalho na separação de isótopos de urânio para o Projeto Manhattan, bem como por fundar o Laboratório Nacional Lawrence Berkeley e o Laboratório Nacional Lawrence Livermore;
  • James Chadwick (1891-1974): físico inglês premiado com o Nobel de Física em 1935 por sua descoberta do nêutron em 1932. Em 1941, ele escreveu o rascunho final do Relatório MAUD, que inspirou o governo dos EUA a iniciar esforços sérios de pesquisa sobre a bomba atômica. Foi o chefe da equipe britânica que trabalhou no Projeto Manhattan;
  • Richard C. Tolman (1881-1948): físico estadunidense (com especialização em matemática e química) e conselheiro científico do General Leslie Groves no Projeto Manhattan;
  • John H. Manley (1907-1990): físico estadunidense que trabalhou com J. Robert Oppenheimer na Universidade da Califórnia, Berkeley, antes de se tornar líder de grupo durante o Projeto Manhattan. Foi um dos principais auxiliares de Oppenheimer, responsável pela gestão do laboratório.