Após o governo da França lançar um novo imposto para streamings com intuito de impulsionar a indústria da música, o Spotify respondeu à nova medida com uma ameaça: o aumento de preços. Em carta aberta, a plataforma denunciou a taxa e disse que, sendo assim, usuários pagarão, literalmente, o preço.
O que você precisa saber:
- O governo da França aprovou o novo imposto, intitulado CNM, no final de 2023;
- Ele impõe uma taxa sobre serviços de música que faturam mais de 20 milhões de euros (US$ 21,9 milhões) no país;
- Com isso, Spotify, Apple Music e Deezer foram diretamente impactados — Apple e Deezer também se posicionaram contra a taxa, mas não se pronunciaram sobre aumento de preços;
- Empresas de mídia social que licenciam música, incluindo TikTok e Facebook, também estão sujeitas ao imposto;
- O Spotify ainda não disse de quanto será o aumento, o que também pode se tratar apenas de um ‘blefe’, segundo o Engadget.
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A nova taxa cobra 1,2% sobre todas as receitas de streaming geradas no país. A arrecadação irá para o Centre National de la Musique (CNM) do país, uma instituição pública que apoia e promove a indústria musical francesa — daí o nome do imposto.
Essa não é, no entanto, a primeira reação do Spotify a taxa. No ano passado, após aprovação do imposto, o streaming retirou seu apoio financeiro dos festivais de música franceses Francofolies de la Rochelle e Printemps de Bourges.
Como já dissemos há muito tempo, simplesmente não podemos absorver quaisquer impostos adicionais. Mesmo após tomar a difícil decisão de reduzir o nosso orçamento de marketing artístico e o apoio aos festivais de música franceses — que é um veículo essencial para o Spotify continuar a direcionar centenas de milhões de euros para a indústria musical — ainda continua a impedir a nossa capacidade de operar na França. Assim, nas próximas semanas e meses, precisaremos fazer alterações no nosso plano de preços em França. Os usuários pagarão as assinaturas mais altas em toda a Europa União.
Spotify.
A empresa também fez uma ameaça de retirar os seus serviços do Uruguai quando um imposto semelhante foi anunciado no país. No entanto, o governo uruguaio recuou e disse que os serviços de streaming não teriam de cobrir quaisquer custos.
No caso da França, sendo o país de extrema importância para os ganhos financeiros da plataforma, a saída foi rebater o imposto redirecionando ao bolso do consumidor — que deverá reclamar ao Congresso francês.
Em comunicado, o Spotify prometeu que os assinantes franceses saberão mais sobre o aumento de preços “nas próximas semanas”.