O Marco Legal da Inteligência Artificial (IA) é um conjunto de leis e regulamentações destinadas a orientar o desenvolvimento, uso e impacto da IA na sociedade. Com o avanço rápido da tecnologia, como podemos observar com o uso do ChatGPT, Alexa, entre outros modelos que utilizam, especialmente a IA, tornou-se essencial estabelecer diretrizes claras para garantir que a IA seja desenvolvida e utilizada de maneira ética, responsável e segura.

Este marco legal aborda uma variedade de questões, incluindo privacidade, transparência, responsabilidade e viés algorítmico.

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O Projeto de Lei 2338/2023 tem como objetivo proteger os direitos fundamentais e garantir a implementação de sistemas seguros e confiáveis, em benefício da pessoa humana, do regime democrático e do desenvolvimento científico e tecnológico.

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Imagens: Freepik

A legislação quer garantir direitos para proteção do usuário impactado pela IA e oferecer ferramentas de governança e de um arranjo institucional de fiscalização e supervisão para o desenvolvimento tecnológico.

Quais são os 5 principais pontos?

São cinco os pontos principais do projeto:

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  • Princípios;
  • Direitos dos afetados;
  • Classificação de riscos;
  • Obrigações e requisitos de governança;
  • Supervisão e Responsabilização.

As regras variam para sistemas de alto risco — como a gestão de infraestruturas críticas, a exemplo de áreas como segurança, educação, formação, recrutamento, entre outros — e risco excessivo — para induzir comportamentos prejudiciais –, avaliação que será feita pelo poder público.

É preciso conciliar tecnologia e ética (Imagem: Freepik)

Empresas serão fiscalizadas

A proposta vai impactar as empresas, pois abrange serviços como o do ChatGPT, o popular robô de bate-papo (chatbot) gratuito capaz de produzir texto e trazer informações sobre assuntos diversos; além de ferramentas de aprendizado de máquina (machine learning) usado por bancos, empresas de seguranças, dentre outras áreas.

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Uma pesquisa recente encomendada pela IBM, com dados de 2022, revelou que 41% das empresas no Brasil já implementaram ativamente a inteligência artificial (IA) em alguns setores. Na América Latina, a tecnologia é usada pelas companhias principalmente para detecção de segurança/ameaças (44%), atendimento eletrônico aos clientes (44%) e marketing e vendas (30%).

Segurança de Dados

Uma das principais preocupações em torno da IA é a privacidade dos dados. Com a capacidade de coletar, analisar e interpretar grandes quantidades de dados, os sistemas de IA podem comprometer a privacidade das pessoas se não forem devidamente regulamentados. O Marco Legal da IA pode estabelecer padrões para a coleta e uso de dados, garantindo que as informações pessoais sejam protegidas e que o consentimento adequado seja obtido antes da utilização desses dados.

Confiança Através da Transparência

Além disso, a transparência é fundamental para garantir a confiança na IA. Os algoritmos de IA muitas vezes operam como “caixas-pretas”, o que significa que é difícil entender como eles tomam decisões. Isso levanta preocupações sobre discriminação e injustiça. O Marco Legal da IA pode exigir que os desenvolvedores forneçam transparência sobre como seus algoritmos funcionam, permitindo uma auditoria independente e explicação das decisões tomadas pela IA.

Lei IA
Imagem: shutterstock/TSViPhoto

Responsabilidade Social

A responsabilidade também é uma questão crucial. Quando a IA é usada para tomar decisões importantes que afetam as pessoas, como concessão de crédito, contratação ou sentenças judiciais, é essencial garantir que haja prestação de contas quando algo der errado. O Marco Legal da IA pode atribuir responsabilidades claras aos desenvolvedores, usuários e proprietários de sistemas de IA, garantindo que eles sejam responsabilizados por quaisquer danos causados por seus sistemas.

Algoritmos preconceituosos?

Outra preocupação importante é o viés algorítmico. Os algoritmos de IA podem refletir preconceitos e estereótipos presentes nos dados dos quais são treinados, resultando em decisões discriminatórias. O Marco Legal da IA pode exigir a mitigação do viés algorítmico, através da diversificação dos conjuntos de dados, avaliação regular dos algoritmos quanto a viés e a implementação de medidas para corrigir quaisquer tendências discriminatórias.

Tecnologia pode um dia superar a capacidade humana por completo? (Imagem: Freepik)

Além dessas questões, o Marco Legal da IA também pode abordar temas como segurança cibernética, proteção da propriedade intelectual, impacto no emprego e regulação de sistemas autônomos, como veículos autônomos e drones.

No entanto, criar um Marco Legal da IA não é uma tarefa simples. É necessário equilibrar a necessidade de regulamentação com a necessidade de promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico. Além disso, a IA é uma tecnologia em constante evolução, o que significa que as leis e regulamentações também precisam ser flexíveis e adaptáveis para acompanhar as mudanças no campo.

O Marco Legal da IA é essencial para garantir que a IA seja desenvolvida e utilizada de maneira ética, responsável e segura. Ao abordar questões como privacidade, transparência, responsabilidade e viés algorítmico, o Marco Legal da IA pode ajudar a promover o desenvolvimento sustentável da IA e maximizar seus benefícios para a sociedade.