Uma avançada civilização sumiu de forma misteriosa na América do Sul

O império de Tiwanaku, uma das civilizações mais complexas e sofisticadas da história, dominou uma vasta extensão da América do Sul
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 11/03/2024 11h31, atualizada em 11/03/2024 12h30
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Imagem: Cezary Wojtkowski/Shutterstock
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Uma das civilizações mais complexas e sofisticadas da história dominou uma vasta extensão da América do Sul por vários séculos. O império de Tiwanaku (ou Tiahuanaco) se estendeu por partes dos atuais Peru, Chile, Argentina e Bolívia antes de desaparecer misteriosamente.

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Império é considerado a civilização mãe da América do Sul (Imagem: SL-Photography/Shutterstock)

Tiwanaku era imponente e avançada tecnologicamente

O centro espiritual e político do império ficava localizado na cidade-estado de Tiwanaku, a cerca de 74 km a oeste de La Paz, capital boliviana, perto do lago Titicaca. A uma altitude de quase 4 mil metros acima do nível do mar, a cidade foi habitada entre 400 d.C. e 900 d.C. e conta hoje com vestígios de monumentos que atestam a importância cultural e política do local.

Edifícios e pirâmides foram construídos com pedras enormes esculpidas com precisão milimétrica. Ainda não está claro como eles conseguiram erguer essas estruturas ou mesmo trazer as pedras necessárias, já que essa civilização não conhecia a roda.

A pirâmide de Akapana é, por exemplo, a maior e mais antiga das construções pré-hispânicas da América do Sul. Ela tinha um grande significado espiritual, e os arqueólogos acreditam que foi erguida há cerca de 2,5 mil anos.

A cidade foi projetada para atrair gente de todos os lugares, e os pesquisadores estão convencidos de que ela tinha bairros diferentes e uma população composta por várias etnias.

A economia foi construída com base no comércio e na agricultura. A metrópole possuía um complexo sistema de drenagem subterrânea que controlava o fluxo da água da chuva. Seus quase 50 mil campos agrícolas, conhecidos como sukakollos, tinham uma tecnologia de irrigação surpreendente para a época que permitia que eles se adaptassem facilmente às difíceis condições climáticas da região. Eles também construíram terraços artificiais que possibilitaram uma forma sustentável de cultivo e ajudaram na evolução cultural do império.

Desaparecimento da civilização é um mistério (Imagem: Antonio Marca/Shutterstock)

O que pode estar por trás do desaparecimento?

  • Apesar da grandiosidade, força econômica e política, e da influência de Tiwanaku na região, a civilização desapareceu misteriosamente.
  • Parte da cultura e das tecnologias desse povo foram absorvidas pelos incas.
  • No passado, pesquisadores inclusive acreditavam que Tiwanaku fazia parte do Império Inca.
  • Mas, nos anos 1960 e 1970, começaram a aparecer artefatos e vestígios que demonstraram que, na verdade, a civilização era muito anterior.
  • Existem muitas hipóteses para explicar o colapso e o desaparecimento da civilização.
  • A tese mais difundida é a de uma crise ambiental que gerou uma seca prolongada.
  • Além disso, há quem defenda que uma revolta dos camponeses, devido a uma forte insatisfação com os governantes e a elite, pode ter tido grande influência no desaparecimento de Tiwanaku.
  • Infelizmente, a cidade foi saqueada ao longo dos séculos, e grande parte de seu precioso patrimônio se perdeu.
  • Vários documentos históricos mostram que o sítio arqueológico se transformou em uma pedreira da qual se extraíam materiais para construir edifícios modernos.
  • Atualmente, apenas cerca de 10% do local foi escavado.
  • Pesquisadores acreditam que o avanço desse trabalho pode trazer mais elementos para que se possa entender o que de fato aconteceu.
  • As informações são do G1.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.