Cientistas concordam que a humanidade quase foi extinta há milhares de anos. O problema é que não há consenso sobre quando isso aconteceu. Alguns defendem que a extinção esteve próxima há 1,15 milhão de anos, enquanto outros alegam que isso quase aconteceu há 900 mil anos. Agora, um novo estudo promete acabar com as discussões.

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Migração savana
(magem: Bruno Capozzi/Olhar Digital (imagem criada por IA/DALL·E)

Nossos antepassados quase foram extintos há 900 mil anos

  • Os genomas das espécies podem carregar evidências de situações extremas, como risco de extinção.
  • Nesses casos, a quantidade de informações hereditárias caem substancialmente ao longo do tempo.
  • E foi através dessa análise que pesquisadores concluíram que a humanidade quase foi extinta há 900 mil anos.
  • Além disso, afirmaram que esse evento quase catastrófico precedeu uma grande migração da nossa espécie.
  • O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
  • As informações são da IFLScience.
Registro dos ciclos de temperatura da Terra é preservado neste local na Sérvia e indica onda de frio que quase extinguiu a humanidade há 900 mil anos (Imagem: Giovanni Muttoni)

Migração forçada

Os pesquisadores realizaram um estudo genético e calcularam que havia menos de 1.300 hominídeos no planeta há 930 mil anos. Eles acreditam que as populações permaneceram baixas para os padrões modernos por 117 mil anos. E que este gargalo fez com que a diversidade genética humana moderna seja quase dois terços menor do que seria sem este evento de quase extinção.

O entendimento apresentado contrasta a teoria de que os hominídeos eram bastante difundidos na época em questão. Ainda de acordo com a pesquisa mais recente, houve uma grande diminuição de localidades habitadas por nossos antepassados em razão das mudanças climáticas.

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Segundo os pesquisadores, a primeira grande era glacial do Pleistoceno ocorreu exatamente há cerca de 900 mil anos e expulsou (ou matou) os hominídeos que habitavam a região onde hoje é a Europa.

Por outro lado, eles apontam que as condições muito secas na África se tornaram tão desconfortáveis para nossos ancestrais nessa época que a maioria morreu. Enquanto isso, o baixo nível do mar facilitou a migração dos sobreviventes para fora do continente.

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De qualquer forma, estes exemplares não deixaram nenhum legado no genoma humano modeno, nem mesmo as pequenas contribuições que neandertais e denisovanos fizeram quando o primeiro H. sapiens fez outra viagem para fora da África, há 100 mil anos.