Salamandra mutante pode regenerar membros e partes do coração

Cientistas descobriram diferenças significativas entre os processos de geração e regeneração de membros em anfíbios
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 12/03/2024 02h00
salamandraiberica
(Imagem: Sergio Gutierrez Getino / Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Cientistas da Caltech e do Instituto Nacional de Biologia Básica do Japão fizeram novas descobertas sobre uma espécie de salamandra mutante capaz de regenerar membros com algum tipo de problema e partes de seu coração. Os resultados do estudo foram publicados na última terça-feira, dia 5, na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Entenda:

  • Uma equipe de cientistas da Caltech e do Instituto Nacional de Biologia Básica do Japão fizeram novas descobertas sobre o processo de regeneração de membros de salamandras ibéricas;
  • Os cientistas criaram uma linha de tritões sem FGF10 (molécula que atua no desenvolvimento de membros em animais e humanos na fase embrionária) com membros deformados para analisar suas capacidades regenerativas em fases de vida mais avançadas;
  • Os membros atrofiados foram cirurgicamente removidos, mas voltaram a crescer perfeitamente.
  • Como resultado, a equipe observou que a FGF8 – envolvida no desenvolvimento embrionário e de células nervosas – pode ser mais importante para o processo de regeneração do que a FGF10;
  • O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
(Imagem: Sergio Gutierrez Getino / Shutterstock)

Concentrando-se na molécula Fator de Crescimento de Fibroblastos 10 (FGF10) – envolvida no processo de desenvolvimento de membros de animais e humanos em fase embrionária -, os cientistas conduziram experimentos em salamandras ibéricas para analisar suas capacidades regenerativas em fases de vida mais avançadas.

Leia mais:

A chave para a regeneração das salamandras mutantes

A equipe criou uma linha de tritões sem FGF10 para observar o impacto da molécula sobre o processo de regeneração. Os anfíbios desenvolveram membros atrofiados e deformados, que foram removidos cirurgicamente. Posteriormente, esses membros voltaram a se desenvolver perfeitamente.

(Imagem: Uyanik / Shutterstock)

O experimento indica, como explicam os cientistas, que outro Fator de Crescimento, o FGF8 – envolvido na sinalização do desenvolvimento embrionário e das células nervosas -, pode ter um papel mais importante no processo de regeneração do que o FGF10, indicando diferenças significativas nos processos de geração e regeneração de membros.

Uma das principais diferenças é a presença de nervos, como explica a equipe no estudo. “Sabe-se que os fatores derivados dos nervos desempenham um papel crítico na regeneração. Essas descobertas, juntamente com nossos resultados, levantam a possibilidade de que a indução direta de FGF8 por sinais de regeneração – incluindo fatores derivados de nervos – em vez de FGF10 possa ser a chave para a regeneração dos membros em anfíbios caudados.”

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.