A energia nuclear pode colaborar com a diminuição das emissões de carbono, mas anda a passos lentos – afinal, precisa de regulações rígidas e segurança para existir. Isso pode mudar com o avanço da IA.

Conforme as desenvolvedoras precisam de combustível para manter seus modelos de linguagem funcionando, a energia nuclear é uma alternativa e já está atraindo investimentos de empresas do setor.

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IA vs. energia nuclear

A energia nuclear não avança no mesmo ritmo da inteligência artificial, que, de menos de dois anos para cá, deslanchou. Com a demanda por novas fontes de geração de energia limpa para abastecer a IA, isso pode mudar.

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Sarah Myers West, diretora-gerente do AI Now Institute, um grupo de pesquisa focado nos impactos sociais da IA, diz que uma busca normal em um mecanismo de IA, como o ChatGPT, tem custos ambientais cinco vezes maiores do que uma pesquisa em um buscador normal.

Segundo a CNBC, alguns servidores da tecnologia poderão consumir mais de 85 terawatts-hora de eletricidade por ano, um consumo maior do que algumas pequenas nações.

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Imagem: Vitória Gomez (gerado com IA)/Olhar Digital

Investimentos em energia nuclear

Para manter a IA rodando e com energia limpa, as desenvolvedoras já investem em iniciativas de energia nuclear há algum tempo.

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Veja:

  • O CEO da OpenAI, Sam Altman, preside uma startup de energia nuclear chamada Oklo. A empresa propõe um processo de fissão nucelar, em que uma fonte de energia gera ainda mais energia ao dividir o núcleo de um átomo;
  • Em entrevista ao jornal em 2021, ele citou energia e inteligência como commodities limitantes, pouco tempo depois de investir US$ 375 milhões na Helion Energy. Ao contrário da Oklo, a startup foca em fusão nuclear, em que a energia é gerada a partir da fundição do núcleo dos átomos;
  • No ano passado, a Microsoft concordou em comprar eletricidade da Helion a partir de 2028;
  • A big tech também assinou um acordo com a Constellation, uma operadora de usinas nucleares, para usar energia nuclear nos data centers de Virgínia (EUA);
  • O Google participou de uma rodada de investimentos milionários da startup de fusão TAE Technologies, com o mesmo intuito;
  • A Amazon, no final de 2021, fez o mesmo pela empresa canadense General Fusion.

Imagem: Rodrigo Mozelli (gerado com IA)/Olhar Digital

Como anda esse avanço

Hoje, a energia nuclear representa cerca de 19% da geração de energia dos Estados Unidos, com 93 reatores em funcionamento. Para abastecer a IA, serão necessários mais 800 gigawatts até 2050.

A Oklo é uma das que estão avançando, mas deve demorar. A empresa está no caminho de construir uma central nuclear de pequena escala em Idaho (EUA), que vai alimentar os data centers de inteligência artificial.

No entanto, segundo o jornal, a aprovação dos reguladores americanos não é tão simples quanto achar investidores. O projeto Aurora, uma usina de quase 4 mil metros quadrados, não foi aprovado por questões de segurança.

Apesar das empresas de tecnologia correrem para garantir sua parcela de energia no futuro, ainda têm que lidar com o ritmo da energia nuclear.