Qual a quantidade de água existente na crosta terrestre?

Estudo aponta que o subsolo da crosta da Terra abriga uma quantidade de água maior do que a presente nas calotas polares e geleiras
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 13/03/2024 02h20, atualizada em 05/08/2025 09h48
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Imagem: Billion Photos/Shutterstock
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A água é vital para a vida e cobre quase três quartos da superfície do nosso planeta. Mas você sabia que ela também está escondida no subsolo da crosta da Terra? E que a quantidade de água mantida ali é maior do que a presente nas calotas polares e geleiras?

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Subsolo da Terra abriga uma quantidade de água maior do que a presente nas calotas polares e geleiras (Imagem: Konstantin Grosch 1986/Shutterstock)

Mais do que Antártica e Groenlândia juntas

  • Um estudo publicado na revista Geophysical Research Letters calculou a enorme quantidade de água que é mantida no subsolo ou em poros em rochas no nosso planeta.
  • Segundo Grant Ferguson, geólogo da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, e principal autor da pesquisa, há aproximadamente 43,9 milhões de quilômetros cúbicos de água na crosta terrestre.
  • Para fins comparativos, o gelo presente na Antártica totaliza 27 milhões de quilômetros cúbicos, enquanto na Groenlândia o total chega a 3 milhões de quilômetros cúbicos.
  • Já em geleiras espalhadas por outros pontos do nosso planeta estima-se que haja 158 mil quilômetros cúbicos de água no estado sólido.
  • Apesar da grande quantidade presente na crosta, os oceanos continuam sendo o maior reservatório de água do planeta, com cerca de 1,3 bilhão de quilômetros cúbicos.
  • As informações são da Live Science.
Bolhas de gás do chão de uma mina profunda no Canadá, contendo ingredientes que poderiam sustentar a vida (Imagem: J Telling (2009)/Nature)

Água presa sob a Terra pode oferecer informações sobre o passado do planeta

Aquíferos rasos de água subterrânea, que são principalmente água doce, são usados para beber e irrigar. Em contrapartida, as águas subterrâneas profundas da crosta terrestre são salgadas e não fluem facilmente para a superfície.

No entanto, o relativo isolamento dessas águas significa que, em alguns lugares, essa salmoura ficou presa por períodos de tempo muito longos, o que pode oferecer informações valiosas sobre o passado da Terra.

Além disso, elas podem suportar ecossistemas microbianos que ainda estão ativos hoje. Essas comunidades biológicas profundas podem nos ajudar a entender como a vida evoluiu em nosso planeta e como ela pode se desenvolver fora de Terra, uma vez que outros planetas podem conter água nas profundezas de suas superfícies.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.