Os primeiros testes de longa duração do Motor de Foguete de Detonação Rotativo (RDRE) foram realizados pela Venus Aerospace em parceria com a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA). O motor utiliza explosões controladas e fornece uma alternativa revolucionária frente aos foguetes convencionais.

  • Os motores de foguete químico tem lançado satélites, humanos, sondas robóticas e outras missões para o espaço há mais de 80 anos;
  • A primeira vez que vimos essa tecnologia em operação foi em 1942, quando a Alemanha nazista lançou o V2, o primeiro míssil balístico de longo alcance da história;
  • Ainda hoje essa é a única forma que conhecemos de ir além da atmosfera terrestre.
O motor de foguete quimico foi utilizado pela primeira vez no V2, um míssil balistico da Alemanha nazista (Crédito: travelview/ shutterstock)
O motor de foguete quimico foi utilizado pela primeira vez no V2, um míssil balistico da Alemanha nazista (Crédito: travelview/ shutterstock)

No entanto, mesmo que tenhamos refinado a tecnologia ao longo dos anos, os foguetes químicos ainda têm operado muito perto de seus limites teóricos. Assim, a DARPA, a NASA e outras instituições têm trabalhado para encontrar motores mais novos e eficientes para impulsionar a exploração espacial e uma nova geração de mísseis hipersônicos.

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Os RDREs podem ser uma solução para isso, visto que teoricamente podem produzir um aumento de eficiência de pelo menos 15%. 

O Motor de Foguete de Detonação Rotativo (RDRE) 

O foguetes quimicos convencionais possuem uma câmera de combustão, onde um combustível, geralmente líquido, é misturado com um oxidante (Crédito: BiniClick/ shutterstock)
O foguetes quimicos convencionais possuem uma câmera de combustão, onde um combustível, geralmente líquido, é misturado com um oxidante (Crédito: BiniClick/ shutterstock)

Os foguetes químicos convencionais possuem uma câmera de combustão, onde um combustível, geralmente líquido, é misturado com um oxidante. Isso provoca uma reação de expansão dos gases, que pressiona as paredes da câmera e gera um empuxo. Nos RDREs existem dois cilindros concêntricos com um espaço entre eles. Nessa lacuna os propelentes são introduzidos e inflamados, de forma que geram uma reação e uma onda de choque. No espaço vazio, a onda chega a velocidades supersônicas, gerando mais pressão e calor.

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A parte difícil, além de fazer esse motor funcionar, é fazer com que a reação se sustente. A NASA em testes anteriores já conseguiu demonstrar que um motor de detonação rotativa hipersônica poderia ser utilizado em módulo de pouso lunar. 

Agora a Venus Aerospace conseguiu demonstrar que eles podem ser utilizados para uma queima sustentada para o lançamento de um míssil hipersônico. De acordo com comunicado da empresa, a conquista foi feita com um sistema de refrigeração introduzido no RDREs, evitando que o motor derreta.

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Caso os testes com esses motores demonstrem resultados positivos, eles podem fornecer um maior alcance ou o aumento de cargas úteis. Além disso, eles também podem usar líquidos mais seguros e estáveis, que permitem operações mais tranquilas e com tempo de carregamento mais rápido.

À medida que continuamos avançando em direção à nossa missão final de voo global de alta velocidade, este é um marco técnico importante para ter um motor pronto para voo. Estou extremamente orgulhoso de nossa equipe enquanto eles continuam avançando nesta tecnologia que muda o mundo.

Andrew Duggleby, CTO e cofundador da Venus Aerospace, em comunicado