Em meio a um dos mais turbulentos processos eleitorais da história dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump, o provável candidato republicano, teria se encontrado com o segundo homem mais rico do mundo, o bilionário Elon Musk, no verão do ano passado.

Além de política e negócios, os dois teriam discutido um assunto um pouco diferente: Trump teria indagado Musk se ele estaria interessado em comprar a rede social dele, a Truth Social.

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A informação foi divulgada pelo jornal The Washington Post, um dos veículos de imprensa mais respeitados de todo o mundo. O Post conversou com pessoas próximas aos dois, que não quiseram ser identificadas.

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De acordo com a reportagem, Musk, que já é dono da Tesla, da SpaceX e do X (antigo Twitter) teria recusado a proposta. Isso, porém, não significa que as negociações terminaram completamente.

As conversas entre os dois deve se tornar mais frequentes, principalmente porque ambos estão no campo mais conservador da política. Musk é um crítico ferrenho do atual presidente Joe Biden e já até acusou o democrata, recentemente, de usar a entrada de imigrantes para vencer a corrida eleitoral.

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Indagado, porém, sobre se doaria dinheiro para a campanha de Trump, o dono da Tesla foi direto em responder que não vai se envolver financeiramente com nenhum dos candidatos.

O que disseram os citados

O The Washington Post questionou Elon Musk sobre a conversa que ele teria tido com Trump sobre a Truth Social e ele se esquivou. Limitou-se a dizer que “nunca esteve em Mar-a-Lago”, a propriedade do ex-presidente em Palm Beach.

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Já o grupo Trump Media & Technology deu uma resposta grosseira às indagações feitas pela publicação. Num comunicado enviado por email, a porta-voz da Trump Media, Shannon Devine, afirmou o seguinte:

“Ouvimos dizer que Trump e Musk estavam a discutir a compra do Washington Post, mas decidiram que [o jornal] não tinha valor”, ironizou.

Uma rede social que deu errado

  • Vale lembrar que a Truth Social nasceu em 2022, meses após Trump ser banido do Facebook e do Twitter, por ter incitado a invasão ao Capitólio, após perder as eleições para Biden.
  • O projeto era ambicioso, a começar pelo nome: traduzindo para o Português, seria uma espécie de rede social da verdade…
Truth Social
Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock
  • O ex-presidente até que tentou alavancar a iniciativa, tendo parado, inclusive, de postar no então Twitter, um concorrente direto.
  • Só que os números não acompanharam.
  • A empresa esperava alcançar 56 milhões de usuários até 2024 e 81 milhões até 2026.
  • De acordo com dados da Similarweb, porém, a Truth Social tinha apenas 607 mil usuários mensais em meados do ano passado.
  • Só para a gente comparar, o X tem mais de 1,3 bilhões de contas e pelo menos 335 milhões de usuários ativos (informações também do ano passado).
  • O fiasco levou a dados contábeis também ruins.
  • Em abril de 2023, Trump disse num documento de divulgação financeira para a sua candidatura presidencial que a sua participação de 90% na empresa valia entre 5 milhões e 25 milhões de dólares e que o seu rendimento tinha sido inferior a US$ 200…

Dinheiro da venda teria destino

O Post destaca que a reunião de Trump e Musk ocorreu em meio a julgamentos na esfera civil que podem terminar com o ex-presidente condenado a pagar multas altíssimas, na casa dos US$ 500 milhões.

O republicano não disse de onde planeja tirar esse dinheiro. Ele lista 22 ativos – a maioria deles imóveis – avaliados em “mais de US$ 50 milhões” cada, de acordo com um documento que apresentou ao governo em agosto, além de dezenas de outras propriedades menos valiosas.

Mas Trump, até agora, não fez nenhum movimento público para vender nenhuma dessas propriedades.

O dinheiro da Truth Social, que não rende lucro nenhum, poderia ajudar nessa questão.

As informações são do jornal The Washington Post.