Novo remédio em testes promete ser mais eficiente contra a Covid-19

O medicamento evitou infecções mortais em ratos a uma taxa superior em comparação com outras drogas disponíveis no mercado.
Por Bob Furuya, editado por Bruno Ignacio de Lima 14/03/2024 19h14
Células da nova variante da Covid-19
Vírus da Covid-19 (Imagem: Reuters)
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Embora a Covid-19 tenha praticamente desaparecido do noticiário, o SARS-CoV-2 – o vírus por trás da pandemia – ainda infecta pessoas em todo o mundo.

Até mesmo o painel da Universidade Johns Hopkins parou de fazer a contagem online. A data do término foi 3 de outubro de 2023.

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Quem não parou foram os cientistas, que continuam estudando formas de combater o coronavírus, principalmente as mutações dele. Não sabemos se as novas cepas que aparecerão por aí serão mais fortes que os remédios que temos atualmente.

Diante disso, pesquisadores da Universidade de Stanford estão trabalhando em uma nova droga ainda mais poderosa. Apelidado de ML2006a4, o composto funciona da mesma forma que o Paxlovid – o medicamento oral mais eficaz disponível até hoje.

O comprimido se liga às partículas do coronavírus, impedindo que o vírus faça cópias de si mesmo. Comparado ao Paxlovid, porém, o ML2006a4 atua de forma ainda mais firme e durável.

Caixa do Paxlovid, da Pfizer
Crédito: Rarrarorro/Shutterstock

Como?

Um remédio que atua nos átomos

  • O responsável pela pesquisa é professor associado de neurobiologia e bioengenharia de Stanford Michael Lin.
  • Antes da pandemia, em 2020, ele investigava uma classe de medicamentos conhecidos como inibidores da protease viral.
  • Esses remédios têm como alvo enzimas que os vírus necessitam para manter seu ciclo de replicação.
  • Pense em uma chave e a fechadura; os inibidores de protease ocupam os espaços onde elas normalmente se ligam às chamadas proteínas volumosas, cortando assim a replicação pela raiz.
  • E tudo isso ocorre em nível microscópico, como se fosse um “Tetris atômico”, segundo o próprio autor.
  • Inicialmente, a droga estava sendo desenvolvida para combater o vírus da hepatite C, que tem semelhanças com algumas versões do coronavírus.
  • O susto de 2020, porém, fez com que o estudo ganhasse novos rumos.
  • O artigo original, com detalhes sobre os inibidores de protease, foi publicado no dia 13 de março, na revista Science Translational Medicine.

Resultados animadores

Nos testes de fase 1, com animais, o composto evitou infecções mortais em ratos a uma taxa superior em comparação com o Paxlovid.

Mais do que isso. O ML2006a4, além de garantir a sobrevivência dos bichinhos, ofereceu melhor protecção aos pulmões dos roedores e reduziu a carga global do vírus no corpo.

É importante ressaltar que o novo medicamento também teve um bom desempenho contra variantes do coronavírus que já desenvolveram graus de resistência ao Paxlovid, sugerindo que o composto será mais eficaz que o remédio atual.

Vale destacar que o ML2006a4 ainda está em testes de laboratório – e, como o próprio nome deixa claro, nem tem um nome comercial ainda.

Para que esse promissor remédio avance, Lin e seus colegas estão buscando agora investimentos adicionais. A próxima fase é de ampliação das experiências, visando testes clínicos em pacientes humanos.

Lembrando que, independentemente desses novos medicamentos, a vacinação continua sendo a forma mais eficaz de enfrentar o vírus. Procure respeitar o esquema vacinal proposto pelo Ministério da Saúde e as respectivas secretarias do seu estado.

homem sendo vacinado
A vacinação é o principal método para se proteger contra o vírus e suas variantes. Imagem: Shutterstock

As informações são do Medical Xpress.

Bob Furuya
Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Bruno Ignacio de Lima
Colaboração para o Olhar Digital

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com 10 anos de experiência, é especialista na cobertura de tecnologia e conteúdo perene. Atualmente, é colaborador no Olhar Digital.