Embora a Covid-19 tenha praticamente desaparecido do noticiário, o SARS-CoV-2 – o vírus por trás da pandemia – ainda infecta pessoas em todo o mundo.

Até mesmo o painel da Universidade Johns Hopkins parou de fazer a contagem online. A data do término foi 3 de outubro de 2023.

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Quem não parou foram os cientistas, que continuam estudando formas de combater o coronavírus, principalmente as mutações dele. Não sabemos se as novas cepas que aparecerão por aí serão mais fortes que os remédios que temos atualmente.

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Diante disso, pesquisadores da Universidade de Stanford estão trabalhando em uma nova droga ainda mais poderosa. Apelidado de ML2006a4, o composto funciona da mesma forma que o Paxlovid – o medicamento oral mais eficaz disponível até hoje.

O comprimido se liga às partículas do coronavírus, impedindo que o vírus faça cópias de si mesmo. Comparado ao Paxlovid, porém, o ML2006a4 atua de forma ainda mais firme e durável.

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Caixa do Paxlovid, da Pfizer
Crédito: Rarrarorro/Shutterstock

Como?

Um remédio que atua nos átomos

  • O responsável pela pesquisa é professor associado de neurobiologia e bioengenharia de Stanford Michael Lin.
  • Antes da pandemia, em 2020, ele investigava uma classe de medicamentos conhecidos como inibidores da protease viral.
  • Esses remédios têm como alvo enzimas que os vírus necessitam para manter seu ciclo de replicação.
  • Pense em uma chave e a fechadura; os inibidores de protease ocupam os espaços onde elas normalmente se ligam às chamadas proteínas volumosas, cortando assim a replicação pela raiz.
  • E tudo isso ocorre em nível microscópico, como se fosse um “Tetris atômico”, segundo o próprio autor.
  • Inicialmente, a droga estava sendo desenvolvida para combater o vírus da hepatite C, que tem semelhanças com algumas versões do coronavírus.
  • O susto de 2020, porém, fez com que o estudo ganhasse novos rumos.
  • O artigo original, com detalhes sobre os inibidores de protease, foi publicado no dia 13 de março, na revista Science Translational Medicine.

Resultados animadores

Nos testes de fase 1, com animais, o composto evitou infecções mortais em ratos a uma taxa superior em comparação com o Paxlovid.

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Mais do que isso. O ML2006a4, além de garantir a sobrevivência dos bichinhos, ofereceu melhor protecção aos pulmões dos roedores e reduziu a carga global do vírus no corpo.

É importante ressaltar que o novo medicamento também teve um bom desempenho contra variantes do coronavírus que já desenvolveram graus de resistência ao Paxlovid, sugerindo que o composto será mais eficaz que o remédio atual.

Vale destacar que o ML2006a4 ainda está em testes de laboratório – e, como o próprio nome deixa claro, nem tem um nome comercial ainda.

Para que esse promissor remédio avance, Lin e seus colegas estão buscando agora investimentos adicionais. A próxima fase é de ampliação das experiências, visando testes clínicos em pacientes humanos.

Lembrando que, independentemente desses novos medicamentos, a vacinação continua sendo a forma mais eficaz de enfrentar o vírus. Procure respeitar o esquema vacinal proposto pelo Ministério da Saúde e as respectivas secretarias do seu estado.

homem sendo vacinado
A vacinação é o principal método para se proteger contra o vírus e suas variantes. Imagem: Shutterstock

As informações são do Medical Xpress.