O Grande Lago Salgado, localizado nos Estados Unidos, pode ter apenas mais alguns anos de vida. Isso em função dos impactos das mudanças climáticas, que acentuaram a seca na região. E o desaparecimento do habitat natural pode ser desastroso para mais espécies do que se pensava até então.

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Grande Lago Salgado é um ambiente extremo para a vida (Imagem: Heidi Besen/Shutterstock)

Lago é o lar de mais um ser vivo

  • Durante décadas, os cientistas acreditavam que o lago abrigava apenas dois animais pouco maiores do que uma célula: o camarão de salmoura e a mosca de salmoura.
  • Além disso, apenas bactérias e algas foram encontradas nas águas salgadas.
  • No entanto, um novo estudo revelou agora que há uma terceira forma de vida multicelular no local.
  • Quebrando aglomerados de lama de carbonato de cálcio chamados microbialitos, construídos por microrganismos no leito do lago, pesquisadores da Universidade de Utah confirmaram que há vermes de várias espécies sob a superfície do lago e vivendo escondidos há décadas.
  • As informações são do ScienceAlert.
Nematoides foram encontrados “escondidos” no lago (Imagem: Sophia Tintori)

Local deve desaparecer

Este é o ambiente mais salino em que nematoides já foram encontrados. Usando uma nova técnica para separar macromoléculas como DNA, RNA e proteínas, os cientistas identificaram nematoides vivos em todos os locais em que coletaram amostras.

A equipe suspeita que esses animais se alimentam das bactérias que também vivem no lago. Como não conseguem cultivar os nematoides em laboratório, os pesquisadores recorreram à lombriga mais estudada de todas (Caenorhabditis elegans) para entender como eles sobrevivem no local.

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O resultado foi que existe algo nessa dieta específica que permite que a espécie viva no Grande Lago Salgado. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.

No entanto, nem isso vai garantir a sobrevivência dos nematoides (assim como dos outros poucos seres vivos que habitam a região). O uso intensivo da água, aliado à grave seca, potencializada pelo aquecimento global, deve fazer com que o lago desapareça para sempre. Alguns cientistas acreditam que o local tem menos de cinco anos de vida antes que o ecossistema entre em colapso completo.