As receitas com vendas de discos de vinil (também conhecidos como LPs) superaram o faturamento de CDs e DVDs musicais pela primeira vez. Em 2023, as receitas dos “bolachões” aumentaram 136%, segundo relatório da entidade Pró-Música Brasil (PMB), que reúne as maiores gravadoras do país, divulgado na quinta-feira (21).

Para quem tem pressa:

  • As vendas de discos de vinil no Brasil superaram as de CDs e DVDs em 2023, com um faturamento de R$ 11 milhões. Isso reforça um nicho crescente dentro do mercado de mídias físicas, apesar de sua participação ser pequena em comparação ao domínio do streaming;
  • O mercado fonográfico brasileiro cresceu 13,4% em 2023, alcançando R$ 2,8 bilhões, com o país classificado na nona posição global, segundo dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI). É um desempenho acima da média mundial;
  • O streaming continua a ser a principal fonte de receita do mercado de música no Brasil, com 87,1% do faturamento total e aumento significativo em assinaturas pagas e serviços de áudio digital;
  • No entanto, a mídia física, especialmente os discos de vinil, ainda encontra um lugar no mercado devido à nostalgia e ao interesse dos colecionadores. No caso dos LPs, estes se mostraram a mídia física favorita dos brasileiros.

O faturamento com LPs foi expressivo (R$ 11 milhões), mas ele ocorre dentro de um nicho bem estreito da indústria fonográfica: o das mídias físicas. No geral, este mercado é dominado pelo streaming, que mordem 87% do faturamento. Já a venda de mídias físicas representa 0,6% do faturamento da indústria. O valor é pequeno, mas o aumento, puxado pelos discos de vinil, foi o maior desde 2018 no país.

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Mercado da música no Brasil

Caixas com encartes de discos de vinil
(Imagem: Martin Bergsma/Shutterstock)

O mercado de música no Brasil registrou crescimento pelo sétimo ano consecutivo em 2023, alcançando R$ 2,8 bilhões, o que representa um aumento de 13,4% em relação a 2022, conforme publicado pela CNN Brasil. Este desempenho coloca o país na nona posição do ranking global da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI).

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Segundo o presidente da PMB, Paulo Rosa, o mercado fonográfico brasileiro cresceu acima da média global de 10,2%, conforme divulgado pela IFPI. Esse avanço reflete os investimentos contínuos no setor, abrangendo a produção, promoção e distribuição digital de música nacional.

Pessoa segurando celular com Spotify aberto
(Imagem: TY Lim/Shutterstock)

Os serviços de streaming foram o principal motor desse crescimento, com um aumento de 14,6% no faturamento, que atingiu cerca de R$ 2,5 bilhões. Esse formato responde por 87,1% do faturamento total do mercado fonográfico do Brasil, o que evidencia a força do digital na indústria musical.

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As assinaturas de serviços de streaming de áudio, como Deezer, Spotify, Apple Music e Youtube Music, geraram R$ 1,6 bilhão em receitas. Este número representa um aumento de 21,9% em relação ao ano anterior. Atualmente, existem 22,5 milhões de ouvintes pagantes desses serviços no Brasil.

Apesar do domínio digital, a mídia física ainda possui um espaço significativo no mercado. Isso porque a nostalgia tem impulsionado as vendas de mídia física. Nesta onda, os discos de vinil aparecem como a mídia física preferida dos brasileiros. Pelo visto, os “bolachões” estão longe de acabar.