O projeto de lei de direito de reparo (Fair Repair Act) foi sancionado em mais um estado dos EUA. De acordo com informações do The Verge, Oregon também aprovou a regra, e ainda adicionou um parágrafo proibindo o “emparelhamento de peças”, tornando a lei mais forte que as versões da Califórnia e Minnesota.  

O que você precisa saber: 

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  • A lei sobre o direito de reparo obriga produtores de produtos eletrônicos a prover ferramentas, peças e instruções tanto para consumidores quanto para profissionais independentes; 
  • O projeto já foi aprovado na Califórnia, Minnesota e Nova York; 
  • No caso de Oregon, a lei adiciona a proibição de uma prática chamada “emparelhamento de peças”, que requer o uso de certos componentes de mesma marca para reparo; 
  • Embora fabricantes, em especial a Apple, já apoiem o direito de reparo, muitos apontam preocupações de segurança quanto as adições de Oregon sobre o uso de peças não autorizadas para substituição. 

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O parágrafo que impede o emparelhamento de peças permite que um fornecedor independente instale peças diferentes da marca do eletrônico a ser reparado. Ele proíbe também que, com a adição de peças de outras marcas, as fabricantes reduzam o desempenho de um dispositivo consertado com um componente não autorizado. 

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Antes, era proibido ou não recomendável que serviços de reparo terceirizados substituíssem um componente quebrado por outro que não fosse da própria marca, sob alerta de não funcionar com o software da empresa. Segundo autoridades, isso forçava consumidores e profissionais a comprarem peças da mesma empresa. 

A nova proibição de emparelhamento de peças não cobre dispositivos que já foram lançados e só será aplicada aos produtos fabricados após 1º de janeiro de 2025. 

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As demais regras do direito de reparo serão aplicadas em Oregon a todos os telefones vendidos após 1º de julho de 2021 e a outros dispositivos eletrônicos de consumo vendidos após 1º de julho de 2015. 

O direito de consertar 

A ideia do direito de consertar (ou reparar) surgiu da prática de fabricantes de eletrônicos — notavelmente a Apple, mas não só ela —, dificultarem ao máximo possível o conserto de seus produtos. Não fornecendo peças, exigindo software e ferramentas exclusivos para consertos, que apenas eles poderiam prover a quem quisessem: suas autorizadas. 

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A iniciativa segue uma tendência mundial que já gerou legislação na União Europeia, que aprovou sua lei do direito do conserto em 2019, valendo desde 2021. No Brasil, o projeto de Lei 5.421/2019 está em tramitação desde 2019, com última movimentação em 2021. O PL está em situação ‘apensado’, quando está sendo analisado junto a outra proposta similar.  

Vale pontuar, no entanto, que, o avanço da lei de reparo nos EUA é um grande passo para a universalização do direito.