Sol zumbi pode destruir a Terra um dia, alertam cientistas

Cientistas observaram os arredores de três estrelas anãs brancas e encontraram evidências da destruição de diversos objetos
Por Ana Julia Pilato, editado por Lucas Soares 11/04/2024 12h03, atualizada em 15/04/2024 21h41
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Um estudo conduzido por cientistas das Universidades de Warwick, na Inglaterra, e Naresuan, na Tailândia, sugere que, se a Terra não for consumida quando o Sol estiver em seu auge, poderá ser dilacerada quando ele se tornar uma gigante vermelha e, então, colapsar para uma anã branca.

Entenda:

  • Cientistas sugerem que, um dia, a Terra pode ser destruída quando o Sol se tornar uma gigante vermelha;
  • De toda forma, ainda que o planeta sobreviva, vai se tornar completamente inabitável;
  • Os riscos de destruição total são ainda maiores quando consideramos o avanço do Sol ao estágio de anã branca – também conhecido como estrela morta;
  • Isso porque as anãs brancas possuem uma enorme gravidade, e são capazes de transformar os corpos ao seu redor em poeira;
  • O estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
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(Imagem: 24K-Production / Shutterstock)

A Terra se tornará inabitável quando isso acontecer, mas a grande questão é se o planeta em si vai conseguir sobreviver. O estudo de Boris Gaensicke e Amornrat Aungwerijwit, publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, propõe que, mesmo que a Terra não seja destruída, ainda vai enfrentar muitas ameaças com o Sol no estágio de anã branca, também chamado de estrela morta.

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A equipe observou três anãs brancas ao longo de anos, identificando alterações no brilho de cada uma. Essas mudanças foram atribuídas a objetos próximos que, quando “devorados” pelas estrelas, liberam rajadas de poeira que obscurecem os astros temporariamente.

“Quando asteroides, luas e planetas se aproximam de anãs brancas, a enorme gravidade das estrelas rasga os pequenos corpos planetários em pedaços cada vez mais pequenos”, disse Aungwerijwit em comunicado da Royal Astronomical Society.

O estudo usou a Terra para verificar se os sistema irão funcionar (Crédito: Canities/ shutterstock)
(Imagem: Canities/ Shutterstock)

Entre as três estrelas, uma estava estável, mas se recuperava de uma catástrofe há mais de uma década. A segunda estrela brilhava lentamente, mas observações de 2015 revelaram flutuações caóticas. A terceira é a mais misteriosa, diminuindo com o passar dos meses. As estrelas, como explicam os cientistas, teriam limpado as áreas ao seu redor durante a fase de gigante vermelha.

Se a Terra sobreviver à “morte” do Sol, vai se tornar um alvo muito maior e mais difícil de perturbar do que asteroides e luas. Porém, como destacaram Gaensicke e Aungwerijwit, ela seria a sobrevivente com a órbita mais interna – o que diminuiria muito suas chances de não virar poeira.

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.