Para humanos, espirros são associados a algo ruim. Gripe, resfriado, alergia… mas não para as estrelas. Astrônomos descobriram a existência de “espirros estelares” em um conjunto de estrelas bebês. A conclusão é que isso não é nada ruim: o fenômeno é essencial para que os corpos celestes menores possam se desenvolver.

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Espirros das estrelas

Os “espirros”, na verdade, são parte essencial do desenvolvimento das protoestrelas (um protótipo de estrela, ou seja, que possivelmente virá a se tornar uma).

Primeiro, temos que entender a composição e o processo de formação das estrelas:

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  • As protoestrelas são formadas de nuvens de gás e poeira estelar que se acumulam em um aglomerado;
  • Eventualmente, elas colapsam e se tornam protoestrelas cercadas por um disco protoestelar;
  • Esse processo de acúmulo de massa contínua absorve ainda mais matéria dos arredores, até que a pressão no núcleo seja tão grande que provoque uma fusão nuclear – o que aconteceu com nosso Sol, há bilhões de anos;
  • Assim, nasce uma estrela – e ela vem acompanhada de seu campo magnético.
Exemplo de um berçário estelar, o Rho Ophiuchi, que pode representar o que pode parecer os “espirros” (Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI, Klaus Pontoppidan (STScI))

Mas há um problema

Quando a estrela finalmente se forma, o campo magnético ao redor delas é muito maior do que o das protoestrelas. No entanto, isso já não é mais necessário para sua formação (afinal, a estrela já está formada) e precisa ser expelido.

É aí que entram os “espirros”: uma tentativa das estrelas bebês de expelir energia indesejada, auxiliando no seu próprio desenvolvimento.

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Outro berçário estelar, o Sagitário C (Crédito: ESO/F. Nogueras-Lara et al.)

Como a descoberta sobre as estrelas foi feita

A descoberta dos “espirros” foi feita por uma equipe de cientistas da Universidade de Kyushu, no Japão. Eles usaram o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) para estudar os discos de gás e poeira ao redor das estrelas bebês.

Então, eles quiseram descobrir o mecanismo por trás do fluxo magnético desses astros e, para isso, analisaram um berçário estelar a cerca de 450 anos-luz da Terra.

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Daí surgiu a descoberta do que eles chamaram de “espirros”: durante a observação, eles perceberam estruturas parecidas com espinhos partindo do disco protoestrelar e descobriram que se tratavam de fluxo magnético, poeira e gás expelido. Ou seja, a estrela estaria garantindo que seu ambiente esteja propício para o desenvolvimento.

Segundo o site Space.com, a esperança da equipe é que as novas informações ajudem outros astrônomos a entender como e quais as condições nas quais esses astros se formam.