No início de 2024, a NASA adiou o lançamento da Artemis 2, inicialmente previsto para esse ano, para 2025. Um dos motivos do atraso é porque as investigações do escudo térmico da cápsula Orion, enviada na primeira missão do programa, ainda não terminaram.

  • A Orion voltou para Terra no dia 11 de dezembro de 2022, tendo adentrado a atmosfera a uma velocidade de 40 mil quilômetros por hora;
  • Ela aterrissou a bordo de um paraquedas no Oceano Pacífico, na costa da Baixa Califórnia;
  • Desde lá, os pesquisadores da NASA e empreiteiros têm tentado entender porque o estudo térmico ablativo da Orion não funcionou exatamente como o esperado.
A Orion aterrissou no Oceano Pacífico em 11 de dezembro de 2022 (Crédito: NASA/James M. Blair)
A Orion aterrissou no Oceano Pacífico em 11 de dezembro de 2022 (Crédito: NASA/James M. Blair)

O escudo térmico da Orion é constituído por um material ablativo, chamado Avcoat, que foi utilizado durante as missões do programa Apollo. A diferença é que na Artemis, ele foi produzido usando uma técnica mais rápida e barata. 

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Segundo a Space.com, antes 300 mil células organizadas como favo de mel eram preenchidas com material ablativo uma a uma por trabalhadores, depois o material era curado por calor e usinado no formato adequado. Agora, segundo a Lockheed Martin, responsável pelo escudo da Orion, os blocos são produzidos em uma fábrica, são pré-usinados para caberem em suas posições e depois colados no revestimento de fibra de carbono do escudo térmico.

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Investigações do escudo da Orion

As investigações realizadas no escudo depois dele voltar para a Terra revelaram que o material carbonizado foi removido de forma não prevista pelas modelagens de computador e os testes de solo. Além disso, mais desse material foi liberado durante a reentrada do que o previsto.

A Orion é revestida por um escudo térmico ablativo chamado Avcoat (Crédito: Lockheed Martin)
A Orion é revestida por um escudo térmico ablativo chamado Avcoat (Crédito: Lockheed Martin)

Assim, a NASA tem projetado e executado diversos testes para entender porque esses problemas ocorreram. A primeira fase de investigações começou no verão do hemisfério norte de 2023 e terminou em dezembro do mesmo ano. Durante esse período diversos testes de simulação térmica foram realizados em agências e instalações externas.

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Essas investigações forneceram informações que permitiram demonstrar margens térmicas aceitáveis para a missão Artemis 2, na qual seu escudo ablativo terá que enfrentar cerca de 2760 graus Celsius durante sua reentrada.

No entanto, as análises também revelaram que mesmo que o escudo térmico da Orion não tenha funcionado como esperado, ele ainda garantiu que as temperaturas continuassem seguras para caso houvesse uma tripulação a bordo.

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Os pesquisadores ainda não sabem se será preciso alguma alteração ou uma solução para tratar da liberação adicional de material carbonizado, mas acredita-se que esse comportamento seja único do escudo térmico da Artemis 1.