Na natureza, o mais forte é quem sobrevive. Será que a regra também se aplica à luta contra doenças? Um estudo da Universidade de Jyväskylä e da Universidade de Helsínquia descobriu que pessoas com o “gene da força”, ou seja, que possuem uma predisposição genética para a força, também têm menor risco de desenvolver doenças e morrer precocemente.

A pesquisa foi publicada no The Journals of Gerontology: Series A.

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O gene da força

O gene da força influencia a capacidade do corpo em desenvolver músculos e está relacionado com a força de preensão manual (FPM), um indicador da força muscular das mãos e antebraços. Segundo os pesquisadores, ele pode afetar a forma como combatemos algumas doenças que surgem com a idade.

No mesmo estudo que chegou a essa conclusão, foram analisados dados de 342.443 pessoas na Finlândia, disponíveis no banco de dados FinnGen, que inclui informações genéticas e de saúde. Os participantes tinham entre 40 e 108 anos, sendo 53% mulheres.

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Os pesquisadores usaram um sistema de pontuação poligênica (PGS) para avaliar e medir a predisposição genética à força de preensão manual (FPM). Eles compararam pessoas com genes que as predisponham a uma FPM mais forte ou mais fraca e examinaram como isso afetava o risco de 27 resultados de saúde, incluindo mortalidade e diversas doenças, como cardíacas e pulmonares, distúrbios músculo-esqueléticos, cânceres e até distúrbios mentais e cognitivos.

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O que os dados dizem?

  • As pessoas com predisposição à FPM apresentaram risco 23% menor de desenvolver doenças comuns e maior expectativa de vida.
  • Uma pontuação mais alta nesse quesito foi associada ao menor risco de morte por causas cardiovasculares e outras causas. Também esteve ligada ao risco reduzido de depressão em ambos os sexos.
  • Os pesquisadores destacaram que esses indivíduos têm um risco 23% menor de poliartrose e um risco 21% menor de demência vascular em comparação com aqueles com uma pontuação genética para força mais baixa.
  • A pontuação poligênica para FPM não parece influenciar a recuperação de eventos adversos graves de saúde.

Conclusão e futuro do estudo

A predisposição genética para maior força muscular parece ter mais impacto na capacidade natural do corpo de resistir e se proteger contra mudanças prejudiciais durante o envelhecimento do que na capacidade de se recuperar de adversidades graves.

Os cientistas apontam que utilizar apenas a pontuação genética para força muscular pode não ser útil em clínicas médicas, mas poderia ser valioso para investigar como o estilo de vida e a atividade física afetam a resistência a doenças. Além disso, enfatizam a necessidade de mais estudos sobre como o gene da força influencia a resposta ao exercício e a capacidade de treinamento.