Siga o Olhar Digital no Google Discover
Uma das dificuldades no desenvolvimento de vacinas contra doenças virais é que um mesmo vírus pode sofrer mutações que tornam a proteção do imunizante ineficaz contra as variantes. Mas parece que uma nova técnica pode eliminar esse desafio.
Ofertas
Por: R$ 8,28
Por: R$ 1.998,89
Por: R$ 2.498,89
Por: R$ 491,92
Por: R$ 129,90
Por: R$ 412,69
Por: R$ 593,00
Por: R$ 3.598,94
Por: R$ 499,00
Por: R$ 369,00
Por: R$ 1.616,02
Por: R$ 179,90
Por: R$ 2.759,00
Por: R$ 199,00
Por: R$ 166,19
Por: R$ 399,00
Por: R$ 132,00
Por: R$ 505,00
O método, que consiste na ativação de um sistema chamado interferência de RNA, foi testado em camundongos e teve resultados promissores. A pesquisa foi publicada pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Como funciona o método RNAi?
A nova técnica não é tão diferente daquelas que utilizam uma versão do vírus mais fraca. Porém, enquanto estas costumam estimular a resposta imune do corpo, o método trabalha com um sistema chamado interferência de RNA, ou RNAi, que não depende dela.
Funciona assim:
- Quando o corpo é infectado, ele produz pequenos RNAs interferentes como parte de sua resposta imune. Eles agem derrubando o vírus e impedindo sua propagação.
- Normalmente, os vírus desenvolvem maneiras de evitar essa resposta, mas enfraquecê-los antes permite que o sistema imunológico do corpo vença a batalha.
- “Um vírus enfraquecido desta forma pode ser usado como vacina para reforçar o nosso sistema imunitário RNAi”, disse Shouwei Ding, responsável pela pesquisa, para o IFLScience.
O diferencial dessa técnica é que, enquanto as vacinas convencionais podem ser contornadas por mutações virais, essa nova abordagem ataca todo o genoma do vírus com milhares de pequenos RNAs, dificultando uma fuga da resposta imune.
Leia mais:
- Nova vacina de dose única mostra eficácia contra múltiplos coronavírus
- Pode tomar várias vacinas ao mesmo tempo?
- O que é a vacina bivalente da Covid?
Experimentos com ratos
Nos experimentos, os pesquisadores utilizaram uma vacina desenvolvida contra o vírus Nodamura, que foi administrada em camundongos geneticamente modificados sem as células imunológicas B e T. Surpreendentemente, uma única injeção foi capaz de proteger os camundongos da infecção pelo vírus por um período de pelo menos três meses. Esse é um tempo considerável, quando se leva em conta a expectativa de vida típica do animal, que varia entre dois e três anos.
Além disso, os resultados foram positivos mesmo em camundongos recém-nascidos, que normalmente seriam considerados muito jovens para receber vacinas, demonstrando o potencial da aplicação da técnica na criação de imunizantes para bebês e crianças.
Os cientistas estão otimistas
A equipe de pesquisa está avançando com confiança em direção ao desenvolvimento de uma vacina contra a gripe, utilizando o mesmo conceito de interferência de RNA que foi bem-sucedido na vacinação contra o vírus Nodamura em camundongos. O próximo objetivo é criar uma vacina em forma de spray nasal. Se bem-sucedida, essa abordagem permitiria proteger as crianças sem depender dos anticorpos maternos.
Mesmo com controvérsias entre os membros da sociedade científica sobre o método, os cientistas estão otimistas. Eles acreditam na possibilidade de adaptar essa tecnologia para cobrir outros vírus conhecidos, como dengue, SARS e COVID-19.”