Um novo relatório climático divulgado nesta segunda-feira (22) pelo observatório europeu Copernicus, em conjunto com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), aponta um cenário alarmante. Os Alpes perderam cerca de 10% do volume de gelo entre 2022 e 2023.

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Impactos da falta de gelo

Segundo os cientistas, as altas temperaturas registradas durante o verão europeu, com diversas ondas de calor, tiveram um papel fundamental para a aceleração do processo de derretimento das geleiras. Além disso, boa parte da Europa teve menos dias com neve do que a média, o que contribuiu para o menor acúmulo de gelo nas montanhas.

A situação preocupa por dois motivos: menos água armazenada no solo, refletindo em menos recursos hídricos disponíveis durante o período de degelo do ano (primavera); e maior exposição à luz solar, o que fará com que a região absorva mais calor, aumentando as temperaturas. A falta de neve ainda pode causar grandes impactos econômicos no setor do turismo.

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Os Alpes são a cadeia montanhosa mais alta e extensa da Europa. As montanhas se estendem por 1.200 quilômetros e ocupam uma área de cerca de 200 mil quilômetros quadrados, abrangendo oito países: França, Itália, Suíça, Alemanha, Áustria, Eslovênia, Liechtenstein e Mônaco.

O relatório também evidencia o impacto das mudanças climáticas de maneira geral no clima europeu e na saúde da população. O documento alerta para o registro de temperaturas recordes na Europa ao longo do ano, aumento da temperatura média dos oceanos que banham o continente europeu, alteração do regime de chuvas e nível dos rios, e mudança no clima da região do Ártico, com alta nas temperaturas médias continentais e oceânicas.

Mapa mostra aumento do número de dias de “estresse térmico” (Imagem: observatório europeu Copernicus)

Alertas preocupantes

  • O relatório climático do observatório europeu Copernicus ainda ressalta que o ano passado teve um número recorde de dias com o chamado “estresse térmico extremo”.
  • Essa classificação é dada quanto o calor está em níveis superiores ao que o corpo consegue tolerar sem comprometer as funções fisiológicas.
  • O fenômeno pode ser comprovado pelo fato da taxa de mortalidade relacionada ao calor ter registrado alta de cerca de 30% nos últimos 20 anos.
  • Segundo os cientistas, há uma tendência de aumento na quantidade de dias com ao menos “forte estresse térmico” na Europa para os próximos anos.
  • Outra conclusão preocupante é que a temperatura média das águas que banham o continente europeu foi a mais alta já registrada.
  • Assim como ocorreu em diversos países da Europa, o Oceano Atlântico foi impactado por uma onda de calor marinha.
  • Em junho, por exemplo, as águas no entorno da Irlanda e do Reino Unido chegaram a ficar 5°C acima da média.
  • Com a superfície do mar mais aquecida, houve também mudanças nas chuvas.
  • De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, em 2023, a Europa registrou um nível de precipitação 7% maior do que a média.
  • As informações são do G1.