O jornal americano The New York Times conduziu uma investigação sobre a General Motors (GM), expondo como a gigante automotiva enganou milhões de motoristas para compartilharem, sem saber, os dados de seus comportamentos ao volante com empresas de seguros.

A saga começou quando a repórter de tecnologia do NYT, Kashmir Hill, líder da investigação, descobriu que seus próprios dados de direção haviam sido colhidos clandestinamente sem seu consentimento. A compra de um Chevrolet Bolt 2023 por parte dela e do marido resultou na descoberta de que cada movimento atrás do volante havia sido meticulosamente catalogado e disseminado para corretores de dados de terceiros.

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Armados com os arquivos de divulgação do consumidor da LexisNexis Risk Solutions e da Verisk, a extensão da intrusão da GM tornou-se clara. Das distâncias percorridas à frequência de frenagens bruscas e acelerações rápidas, nenhum aspecto de seu comportamento ao volante ficou de fora.

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general motors
(Imagem: Jonathan Weiss / Shutterstock.com)

O que é particularmente alarmante é que eles dizem nunca ter optado conscientemente por qualquer programa que concedesse à GM a licença para monitorar seus hábitos de direção. Apesar das garantias da GM de que tal coleta de dados dependia da inscrição em programas como OnStar e Smart Driver, ficou evidente que esse não era o caso.

Muitos motoristas, como Jenn Archer, de Illinois, disseram ao jornal que ficaram surpresos ao descobrir que seus dados de direção estavam sendo compartilhados sem seu consentimento explícito, resultando em aumentos significativos nos prêmios de seguros.

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Além disso, uma série de processos judiciais federais foram movidos por motoristas prejudicados em todo o país, criticando a GM por inscrevê-los sorrateiramente no Smart Driver e divulgar seus dados a terceiros. A ausência de notificação ou consentimento claro levanta profundas preocupações quanto aos direitos de privacidade do consumidor e à integridade corporativa.

O que diz a GM?

  • A resposta da GM a essas alegações graves tem sido insuficiente, com a empresa atribuindo a coleta de dados a um suposto “bug” que afetou um pequeno subconjunto de clientes.
  • No entanto, a magnitude dessa polêmica contradiz tais explicações, apontando para uma falha sistêmica na proteção da privacidade do consumidor.
  • No rastro dessas revelações, a GM anunciou a descontinuação do programa Smart Driver em todos os veículos e prometeu desinscrever todos os clientes afetados.