Em 2022, um homem foi acusado de dirigir alcoolizado na Bélgica. No entanto, este não era um caso comum. A pessoa em questão tem uma condição rara chamada “síndrome da autocervejaria”, que faz com que seu estômago produza álcool por conta própria. O réu, que até então não estava ciente da condição, conseguiu comprová-la perante o tribunal e foi absolvido na segunda-feira (22).

Entenda o caso

  • O homem foi levado ao tribunal após realizar duas leituras no bafômetro que indicaram um nível de álcool acima do limite da Bélgica. A primeira foi em abril de 2022 e a segunda um mês depois.
  • Segundo informações da AFP, o réu apresentou provas de que era portador da síndrome da autocervejaria após realizar exames com três médicos.
  • O tribunal aceitou as provas e reconheceu que circunstâncias inesperadas, não previstas pela lei, estavam presentes no caso do homem.
  • Esta não foi a primeira multa do réu; em 2019, teve sua carteira de habilitação suspensa, apesar de afirmar não ter bebido álcool. Até então, ele não tinha conhecimento da síndrome.
  • Agora, está aguardando a notificação formal da absolvição. O Ministério Público do país ainda pode recorrer contra a sentença dentro de um mês.

O que é a síndrome da autocervejaria?

Apenas 20 pessoas no mundo foram diagnosticadas com a síndrome da autocervejaria, uma condição na qual o consumo de alimentos ricos em carboidratos leva à produção de etanol pelo sistema digestivo.

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No intestino delgado desses indivíduos, há um excesso de leveduras e bactérias. Assim, os alimentos compostos por carboidratos, principalmente açúcares e amidos, acabam sendo fermentados e produzem álcool. Posteriormente, ele é absorvido pela corrente sanguínea, causando sintomas de embriaguez, mesmo que nenhuma bebida alcoólica tenha sido consumida.

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Outros sinais da condição são tonturas, náuseas, vômitos, fadiga, distúrbios do sono e problemas de memória.

O homem, que recebeu a absolvição do tribunal, passou o julgamento fazendo uma dieta leve em carboidratos para evitar que seu estômago produzisse mais álcool. Além da reeducação alimentar, o tratamento da síndrome também pode incluir o uso de medicamentos para controlar os sintomas e a população excessiva de leveduras no sistema digestivo.