(Imagem: Gorodenkoff / Shutterstock)
Arqueólogos descobriram uma rara vesícula biliar de porcelana preservada durante um século na sepultura de uma mulher não identificada. A condição médica – que causa a calcificação da vesícula por excesso de cálculos biliares – nunca havia sido encontrada em um esqueleto arqueológico antes. Um estudo foi publicado em março no International Journal of Osteoarchaeology.
Entenda:
O órgão foi encontrado nos restos do esqueleto de uma mulher de meia-idade enterrada no cemitério do antigo Mississippi State Lunatic Asylum, instituição psiquiátrica fundada em 1855 e fechada em 1935. Naturalmente, após a morte, é esperado que os órgãos se deteriorem completamente com o passar do tempo, mas a vesícula biliar se manteve conservada e endurecida pela calcificação.
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Como explica Jennifer Mack, bioarqueóloga do Centro Médico da Universidade do Mississippi e líder do estudo, ao WordsSideKick, a condição geralmente não provoca sintomas e costuma afetar mais as mulheres. “A doença da vesícula biliar é bastante comum nas populações americanas modernas, embora as taxas tenham aumentado nas últimas décadas.”
As exumações foram conduzidas por pesquisadores do Projeto Asylum Hill, e, dos primeiros 100 esqueletos recuperados, cinco apresentaram cálculos biliares – além da mulher com a vesícula de porcelana. “A aparente elevada proporção de pacientes de asilo com colecistite é uma coincidência, já que não há associação entre doenças da vesícula biliar e doenças mentais ou fisiológicas que causam sintomas neuropsiquiátricos”, escreve a equipe no artigo.
Mack ainda diz que, futuramente, o conteúdo da vesícula biliar de porcelana pode ser alvo de testes para ajudar a criar um banco de dados de composição química, auxiliando os arqueólogos na identificação de cálculos biliares.
Esta post foi modificado pela última vez em 26 de abril de 2024 21:18