A Índia ocupa a posição de país mais populoso do mundo desde abril de 2023, quando ultrapassou a China. São quase 1,5 bilhão de habitantes e uma economia que cresce a uma taxa de aproximadamente 6% ao ano.
Dados da Agência Internacional de Energia (AIE) mostram que a Índia já é o terceiro maior país consumidor de energia do mundo. Mas, na média, sua população consome menos se compararmos com as pessoas que moram em países desenvolvidos.
Com a melhora da economia e o aumento da renda, os especialistas afirmam que os indianos passarão a gastar mais energia ainda. As mudanças climáticas também devem ter um impacto importante nos próximos anos, com o país asiático sofrendo com frequentes ondas de calor, aumentando o uso do ar-condicionado.
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Um dos problemas enfrentados pelo governo local é que o carvão ainda é responsável por 70% da eletricidade gerada pela Índia. Ou seja, uma alta no consumo de energia levaria a um aumento expressivo da poluição e colocaria o país mais longe da meta climática adotada pelo primeiro-ministro Narenda Modi.
Modi prometeu que as fontes renováveis, como a energia solar e eólica, atenderão a 50% das necessidades energéticas da Índia até o final desta década. Em 2021, ele também disse que a Índia atingiria zero emissões líquidas até 2070.
São metas moderadas, mas difíceis de serem alcançadas se levarmos em conta a atual configuração do país. Diante disso, é preciso incentivo para novos projetos verdes. E ele veio através de um bilionário… do ramo do carvão.
Conheça o Parque de Energia Renovável de Khavda
- Imagine um lugar cinco vezes o tamanho de Paris.
- A área de 200 milhas quadradas é tão grande que já é visível do espaço.
- O Parque de Energia Renovável de Khavda, localizado numa área desértica no oeste da Índia, será a maior usina de energia limpa do mundo.
- Mais do que isso: será a maior usina de energia mesmo, limpa ou não.
- O projeto deve terminar nos próximos 5 anos.
- Após a conclusão, a usina deverá gerar eletricidade limpa suficiente para abastecer 16 milhões de residências indianas.
- A capacidade é tão grande que o parque vai fornecer eletricidade suficiente para abastecer um país menor inteiro, como a Suíça.
- O investimento na casa dos US$ 20 bilhões está sendo feito pela Adani Green Energy Limited (AGEL).
- O diretor-executivo da companhia é Sagar Adani, sobrinho de Gautam Adani, o segundo homem mais rico da Ásia, cuja fortuna de US$ 100 bilhões provém do Grupo Adani – maior importador de carvão da Índia e um dos principais mineradores do combustível.
- Fundado em 1988, o conglomerado tem negócios em áreas que vão desde portos e usinas de energia térmica até cimentos.
- Imagens postadas pelo próprio Adani mostram o tamanho gigantesco do complexo:
Um investidor polêmico
Os planos verdes do Grupo Adani são impressionantes, mas os especialistas em clima criticam seus investimentos maciços e contínuos em combustíveis fósseis.
Além de serem os maiores operadores de minas de carvão na Índia, eles também têm negócios polêmicos em outros países, como na Austrália. Lá, a mina de carvão Carmichael vem sendo periodicamente criticada por ativistas climáticos, que afirmam que ela pode ser considerada uma “sentença de morte” para a Grande Barreira de Corais.
Em entrevista à CNN, Sagar Adani defendeu a sua empresa e disse que não pode virar as costas para a necessidade das pessoas.
“Na prática, energia 100% sustentável não é uma opção no momento. Mais de 600 milhões de pessoas na Índia passarão a ter renda média e renda alta na próxima década, década e meia (…) Elas não podem ser privadas das necessidades básicas de energia”, explicou.
Adani também disse que os ativistas dos países desenvolvidos não olham para a história das suas próprias nações:
“Se a Índia fizer o que a China fez, se a Índia fizer o que a Europa fez, se a Índia fizer o que os EUA fizeram, então estaremos todos em um futuro climático muito, muito sombrio”, disse ele.
“Então, a Índia está produzindo um pouco de carvão? Sim, é claro que está. Mas a Índia está produzindo uma quantidade enorme de energia renovável? Sim, não há dúvida”, concluiu.
As informações são da CNN.
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