Microagulha em forma de lesma monitora sua saúde

Novo sensor pode ser aplicado no monitoramento de atividades cerebrais e nervosas, fluidos da pele e distúrbios neuromusculares
Por Nayra Teles, editado por Lucas Soares 04/05/2024 04h00
mircroagulhas-biomedicas.png
Imagem: Zhao Research Group
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Os dispositivos de monitoramento de saúde invasivos são aqueles que precisam estar dentro do nosso corpo para coletar dados médicos. Uma nova pesquisa do Zhao Research Group desenvolveu uma forma dessa tecnologia que garante conforto e alta precisão, inspirando-se na natureza.

A lesma marinha, especificamente uma característica do corpo delas, chamou a atenção dos pesquisadores envolvidos e serviu de base para a criação do sensor biomédico. Esses animais possuem atividades elétricas dentro de seus músculos de locomoção. Ao terem conhecimento do fato, os cientistas logo pensaram nas possíveis aplicações biomédicas do aspecto.

Microagulhas “macias” e flexíveis

  • O novo dispositivo consiste em eletrodos de microagulha, já usados para avaliação do cérebro. Porém, este é diferente.
  • Suas pequenas agulhas são muito mais flexíveis e se adequam ao tecido do corpo analisado, evitando desconforto e danos.
  • Para chegar a esse resultado, os cientistas reuniram técnicas de microusinagem a laser, microfabricação e impressão por transferência.
  • Isso permitiu definir a geometria do eletrodo, locais de gravação e propriedades mecânicas e elétricas com eficácia.
  • Com a técnica de fabricação, as microagulhas também podem ser aplicadas futuramente no monitoramento do coração e da bexiga.
Imagem: Science Advances.

Leia mais:

Dispositivo avalia cérebro e pele

A nova tecnologia foi projetada para ser aplicada na detecção e no controle de atividades cerebrais e nervosas, análise eletroquímica de fluidos da pele, diagnóstico de distúrbios neuromusculares e na administração de medicamentos em tecidos profundos.

As microagulhas “macias” parecem ser uma alternativa menos assustadora para o futuro da avaliação médica. Aqueles que evitam as agulhas a todo custo devem amar esse avanço. Brincadeiras à parte, o avanço é significativo para profissionais de saúde e empresas de biotecnologia.

A pesquisa foi publicada na revista Science Advances.

Nayra Teles
Redator(a)

Nayra Teles é estudante de jornalismo na Universidade Anhembi Morumbi (UAM) e redatora no Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.