Na luta pela dominância do mercado de aeronaves comerciais, a Airbus mantém uma liderança clara. Pelo quinto ano consecutivo, a Airbus superou a Boeing tanto em pedidos quanto em entregas de aviões. No relatório recém-anunciado, a Airbus apresentou um aumento de 28% no lucro líquido trimestral. Enquanto isso, a Boeing lida com desafios de fabricação e questões de segurança.

Um fator-chave que contribui para o sucesso da Airbus é sua abordagem proativa à inovação, especialmente no desenvolvimento de aeronaves de médio porte e eficientes em termos de combustível. Ao introduzir uma linha de aviões econômicos antes da Boeing, a Airbus capturou efetivamente participação de mercado e se posicionou como uma escolha preferencial para as companhias aéreas.

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Por que a Airbus não consegue se distanciar da Boeing?

Apesar dos contratempos da Boeing — incluindo um limite de produção imposto pelo governo em seu avião mais vendido —, a lacuna entre os dois concorrentes pode não se ampliar significativamente.

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  • Os analistas de aviação destacam as restrições de produção existentes da Airbus e o backlog de mais de 8.600 pedidos como fatores limitantes em sua capacidade de capitalizar nos desafios da Boeing.
  • A Boeing, apesar de enfrentar obstáculos como desacelerações na produção e perdas financeiras, ainda mantém um substancial backlog de pedidos, refletindo uma demanda sustentada por aeronaves comerciais.
  • O ressurgimento da Boeing, após contratempos decorrentes dos incidentes com o 737 Max, parecia promissor no início deste ano, apenas para enfrentar mais contratempos com problemas de fabricação.
  • Em contraste, a Airbus mantém uma postura cautelosa, reconhecendo as implicações para toda a indústria dos desafios da Boeing.
  • Tanto a Airbus quanto a Boeing lidam com cadeias de suprimentos intricadas, limitando sua capacidade de capitalizar rapidamente em oportunidades de mercado.
airbus boeing
(Imagem: BlueBarronPhoto / Shutterstock.com)

Futuro do duopólio da aviação comercial

Os analistas atribuem o sucesso da Airbus não apenas aos erros da Boeing, mas também a decisões estratégicas como o lançamento de aeronaves eficientes em termos de combustível, como o A321neo, e a aquisição do A220 da Bombardier. O próximo A321XLR aumenta ainda mais a vantagem competitiva da Airbus, oferecendo às companhias aéreas opções econômicas para voos de longa distância.

No entanto, a Airbus enfrenta desafios para atender à crescente demanda, evidenciados por atrasos nas metas de produção e nos prazos de entrega. A Boeing continua a garantir pedidos devido às restrições de fornecimento da Airbus, limitando os potenciais ganhos de participação de mercado desta última.

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Com a brasileira Embraer focando em jatos regionais menores e a COMAC da China ainda em estágios iniciais, o duopólio Airbus-Boeing permanece incontestável no futuro próximo. Apesar do desempenho inferior da Boeing, a indústria reconhece a necessidade de um mercado com ao menos duas companhias para competição e inovação.