Em 1998, no vale do Lapedo, em Portugal, um esqueleto de aproximadamente 24.500 anos foi encontrado. A descoberta intrigou os investigadores: tratava-se de um menino híbrido com uma mistura única de características humanas modernas e neandertais. Rapidamente, tudo o que pensávamos conhecer sobre a história da espécie humana mudou.

Entenda:

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  • O esqueleto de um garoto híbrido com características humanas modernas e neandertais foi encontrado em 1998;
  • A descoberta contestou a ideia de que a expansão do ser humano moderno pela Eurásia resultou da extinção de nossos parentes mais primitivos;
  • Ao contrário do que se acreditava, o esqueleto mostrou que a reprodução entre as espécies era possível e aconteceu a nível populacional;
  • Inicialmente, a ideia foi considerada radical e refutada por alguns estudiosos, mas um estudo de 2010 comprovou a teoria com o sequenciamento do genoma Neandertal;
  • As informações são do IFL Science.
A foto dos ossos encontrados está no primeiro estudo publicado, em 1999.

A descoberta do esqueleto da criança de 4 anos contestou a ideia de que a expansão do ser humano moderno pela Eurásia resultou da extinção de nossos parentes mais primitivos, e mostrou que, ao contrário do que se acreditava, a reprodução entre as espécies era possível.

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Criança híbrida tinha características humanas e neandertais

A criança possuía queixo e orelha interna de um ser humano anatomicamente moderno, e a estrutura e membros de um Neandertal. O primeiro estudo sobre a descoberta observou que a criança era “descendente de uma raça extensiva de populações misturadas,” indicando que o cruzamento entre humanos e neandertais aconteceu a nível populacional.

(Imagem: Microgen / Shutterstock)

Ou seja, a população neandertal não teria desaparecido com o surgimento dos humanos modernos, mas sim ligado-se a eles ao ponto de uma fusão parcial. Inicialmente, a ideia foi considerada radical e refutada por alguns estudiosos. Em 2010, porém, a teoria foi finalmente comprovada com o sequenciamento do genoma Neandertal.

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O novo estudo revelou que as populações modernas não africanas contêm cerca de 1 a 4% de ADN neandertal, confirmando a reprodução entre nossos antigos antepassados e os hominídeos extintos. Com o passar dos milênios, deixamos de ter o físico dos neandertais, mas, como indicam os estudos, assim como a criança de Lapedo, todos os humanos vindos de fora da África são híbridos.