A maior planta de captura de carbono do mundo, chamada Mammoth (mamute em inglês), iniciou suas operações em Hellisheiði, na Islândia. Liderada pela empresa suíça de tecnologia climática Climeworks, a Mammoth representa um salto significativo no campo da tecnologia de captura de carbono, com projetos ainda maiores planejados para o futuro.

A tecnologia de captura direta do ar (DAC, na sigla em inglês), utilizada pela Mammoth, oferece uma promissora via para combater as emissões de gases de efeito estufa. A Climeworks atraiu clientes proeminentes como JPMorgan Chase, Microsoft, Stripe e Shopify. Embora seja uma conquista de grandes proporções, a nova usina representa apenas o começo, com planos para instalações em escala ainda maior em andamento.

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Como a usina de captura de carbono Mammoth funciona?

mammoth captura de carbono
Recipientes coletores de CO₂ da Mammoth. (Imagem: Climeworks / Divulgação)
  • A tecnologia de captura direta do ar emprega um processo técnico meticuloso para remover dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera e armazená-lo de forma segura, geralmente abaixo da superfície terrestre.
  • Nesse processo, os coletores modulares da Climeworks, como os utilizados na planta Mammoth, são equipados com ventiladores que aspiram o ar ambiente.
  • Ao passar pelos coletores, o ar entra em contato com filtros especiais projetados para absorver o CO₂.
  • Uma vez saturados, esses filtros passam por um ciclo de regeneração térmica, onde são aquecidos a cerca de 100 graus Celsius.
  • Esse calor libera o CO₂ capturado, permitindo que seja armazenado ou utilizado em outras aplicações.
  • Na planta Mammoth, o CO₂ é então bombeado e injetado profundamente no subsolo, onde reage com formações rochosas basálticas para formar minerais sólidos ao longo do tempo.
  • Operando com fontes de energia renovável na Islândia, a Climeworks se beneficia de energia geotérmica e locais naturais de armazenamento subterrâneo.

Usina Orca, impacto da captura de carbono e aplicação em outros países

Em 2021, a Climeworks fez manchetes com o lançamento da Orca, a maior planta de captura direta de carbono na época. Agora, a Mammoth ultrapassa a capacidade da Orca, sendo capaz de capturar quase 10 vezes mais CO₂ do que a antecessora — cerca de 36 mil toneladas de dióxido de carbono por ano — quando estiver totalmente operacional.

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No entanto, a magnitude do impacto da nova usina fica aquém da escala das emissões globais. Isto pode ser exemplificado apenas pela pegada de carbono da Microsoft, que emitiu cerca de 13 milhões de toneladas métricas de CO₂ apenas em 2022.

Aplicação da técnica nos EUA

Os Estados Unidos estão investindo pesadamente em tecnologia de captura de carbono diretamente do ar. Com US$ 3,5 bilhões alocados da Lei de Infraestrutura Bipartidária, a administração do presidente Joe Biden visa estabelecer hubs desse tipo em todo o país. A Climeworks, junto com startups como Heirloom Carbon Technologies, está na vanguarda dessa iniciativa, com projetos na Louisiana e na Califórnia recebendo financiamento federal substancial.

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No entanto, replicar esse modelo nos EUA apresenta desafios, incluindo altos custos e consumo de energia. Além disso, a oposição à construção de novos gasodutos é iminente, destacando as complexidades de levar a tecnologia de captura direta do ar para uma escala global.

Apesar desses obstáculos, a Mammoth simboliza o progresso na busca pela neutralidade de carbono.