O Museu Nacional, localizado no Rio de Janeiro, vem aos poucos se reconstruindo após o incêndio que destruiu o local em 2018. Um dos maiores desafios é a reconstrução do acervo. Para isso, a entidade tem recebido um apoio valioso, o que já garantiu a doação de mais de mil fósseis.

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Ajuda fundamental

Frances Reynolds, ativista cultural argentina e um dos nomes mais atuantes no cenário das artes plásticas do país e do mundo, está colaborando com o museu na reconstrução da maior instituição dedicada à história natural e à antropologia na América Latina. Ela já garantiu a doação de mais de mil fósseis por parte do colecionador alemão Burkhard Pohl.

Através das ações de Frances Reynolds, a quem sou extremamente grato pela amizade e pelo apoio, essa parceria tem possibilitado à direção do museu realizar contatos internacionais para atuar na parte mais sensível da reconstrução: a obtenção de novo acervo. São tartarugas, crocodilomorfos, plantas, insetos, pterossauros e até dinossauros que vão enriquecer não apenas as novas exposições, mas, também, se tornar objetos de pesquisa para novos e futuros pesquisadores!

Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional

Através de contatos no universo das artes, Frances chegou até Burkhard Pohl. Neto de Karl Stroeher, cuja coleção de arte formou a base do Museu de Arte Moderna de Frankfurt, e filho de Erika Pohl-Stroeher, que reuniu a maior e mais refinada coleção de minerais e gemas da Europa, Burkhard adquiriu, nas últimas décadas, uma ampla variedade de fósseis em feiras internacionais na Europa e nos Estados Unidos.

Crânio do Pterossauro Tupandactylus imperator (Imagem: Handerson Oliveira)

Fósseis têm mais de 100 milhões de anos

  • Desta enorme coleção, o alemão realizou a doação de 1104 fósseis para o Museu Nacional.
  • Todo o acervo cedido é originário da Bacia do Araripe, região localizada entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, onde estão as formações Crato e Romualdo, duas unidades ricas em material paleontológico que datam, respectivamente, de 115 milhões e 110 milhões de anos.
  • São fósseis de plantas, insetos, crustáceos, répteis e anfíbios da época em que o supercontinente Gondwana se fragmentou, dando origem aos continentes do hemisfério sul. 
  • Os dois maiores destaques das novas aquisições são ainda desconhecidos na literatura científica: um fóssil do Pterossauro Tupandactlus Imperator, o mais preservado dessa espécie de dinossauros, e outro de um lagarto aquático, com aparência de cobra e quatro patas.
  • Com previsão de reabertura para 2026, o Museu Nacional é a mais antiga instituição científica do país e, até o incêndio de 2018, encabeçava a lista dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas.