Como funciona o purificador de água enviado por Felipe Neto ao RS

Equipamentos foram enviados ao Rio Grande do Sul para ajudar os afetados pelas enchentes que deixaram milhares de pessoas sem água potável
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 09/05/2024 14h37, atualizada em 09/05/2024 21h17
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Um dos maiores desafios enfrentados pela população do Rio Grande do Sul em meio a maior tragédia climática da história do estado é a falta de água potável. As inundações provocadas pelas fortes chuvas comprometeram o abastecimento para milhares de pessoas em Porto Alegre e região metropolitana. Diante este cenário, o influenciador digital Felipe Neto enviou 220 purificadores de água que foram comprados com o dinheiro arrecadado em uma vaquinha para ajudar os gaúchos.

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Os equipamentos foram produzidos pela startup brasileira PWTech e transportados pela Força Aérea Brasileira ao Rio Grande do Sul. A Defesa Civil está ensinando como utilizá-los. No total, eles possibilitarão a produção de 1,5 milhão de litros de água por dia.

Os purificadores podem funcionar de duas maneiras: transformando águas contaminadas de rios, lagos e poços em água potável ou tratando água de chuva até que se torne própria para o consumo humano. Chamado de PW5660, o dispositivo é portátil e remove totalmente os vírus e bactérias da água, além de reduzir até 99,5% de partículas finas de sólidos suspensos no líquido, que deixam a água turva.

Segundo a PWTech, a única infraestrutura necessária para o funcionamento pleno dos dispositivos é um recipiente para depositar a água potável após o tratamento. A água coletada passa por um clorador e, em seguida, por quatro filtros com membranas sensíveis que garantem a qualidade final.

O aparelho foi projetado para atender comunidades carentes e com dificuldades de acesso à água potável. Além de consumir pouca energia, os equipamentos têm capacidade bivolt, e dimensões de 80 por 50 e 40 centímetros. O peso total é de apenas 15 quilos e os purificadores contam com uma placa solar que facilita a instalação e a portabilidade.

O custo de cada purificador gira em torno de R$ 22 mil. O equipamento já foi usado em outras situações, caso do Haiti, em 2021. Os aparelhos também estão sendo utilizados para ajudar a população da Ucrânia e da Faixa de Gaza.

Enchentes deixam milhares de pessoas sem água potável no RS (Imagem: reprodução/redes sociais)

Tragédia climática no Rio Grande do Sul

  • De acordo com o mais recente balanço da Defesa Civil, subiu para 107 o número de mortes confirmadas pelas fortes chuvas e enchentes que atingem o estado gaúcho.
  • São 136 pessoas desaparecidas, mais de 164 mil desalojadas e aproximadamente 67 mil em abrigos.
  • A tragédia climática causou impactos severos em 425 dos 497 municípios gaúchos, afetando diretamente quase um milhão e meio de pessoas.
  • O lago Guaíba atingiu o maior nível da história, passando dos 5 metros e 30 centímetros.
  • As inundações paralisaram quase que completamente o fornecimento de água e luz em Porto Alegre e em outras cidades.
  • Além disso, centenas de pessoas continuam ilhadas e os resgates têm acontecido 24 horas por dia.
  • Um dos pontos que continua completamente alagado é o Aeroporto Internacional Salgado Filho, que anunciou a suspensão de todas as operações até 30 de maio.
  • Vias bloqueadas ainda dificultam a saída e entrada na cidade.
  • Na região Sul, a Lagoa dos Patos também começou a inundar alguns municípios, caso de Rio Grande.
  • Em 2023, uma série de desastres climáticos causou uma verdadeira devastação no Rio Grande do Sul.
  • Foram registradas 16 mortes em junho, 54 em setembro e outras 5 em novembro.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.