Um dos maiores desafios enfrentados pela população do Rio Grande do Sul em meio a maior tragédia climática da história do estado é a falta de água potável. As inundações provocadas pelas fortes chuvas comprometeram o abastecimento para milhares de pessoas em Porto Alegre e região metropolitana. Diante este cenário, o influenciador digital Felipe Neto enviou 220 purificadores de água que foram comprados com o dinheiro arrecadado em uma vaquinha para ajudar os gaúchos.

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Purificador vai ajudar áreas que enfrentam desabastecimento

Os equipamentos foram produzidos pela startup brasileira PWTech e transportados pela Força Aérea Brasileira ao Rio Grande do Sul. A Defesa Civil está ensinando como utilizá-los. No total, eles possibilitarão a produção de 1,5 milhão de litros de água por dia.

Os purificadores podem funcionar de duas maneiras: transformando águas contaminadas de rios, lagos e poços em água potável ou tratando água de chuva até que se torne própria para o consumo humano. Chamado de PW5660, o dispositivo é portátil e remove totalmente os vírus e bactérias da água, além de reduzir até 99,5% de partículas finas de sólidos suspensos no líquido, que deixam a água turva.

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Segundo a PWTech, a única infraestrutura necessária para o funcionamento pleno dos dispositivos é um recipiente para depositar a água potável após o tratamento. A água coletada passa por um clorador e, em seguida, por quatro filtros com membranas sensíveis que garantem a qualidade final.

O aparelho foi projetado para atender comunidades carentes e com dificuldades de acesso à água potável. Além de consumir pouca energia, os equipamentos têm capacidade bivolt, e dimensões de 80 por 50 e 40 centímetros. O peso total é de apenas 15 quilos e os purificadores contam com uma placa solar que facilita a instalação e a portabilidade.

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O custo de cada purificador gira em torno de R$ 22 mil. O equipamento já foi usado em outras situações, caso do Haiti, em 2021. Os aparelhos também estão sendo utilizados para ajudar a população da Ucrânia e da Faixa de Gaza.

Enchentes deixam milhares de pessoas sem água potável no RS (Imagem: reprodução/redes sociais)

Tragédia climática no Rio Grande do Sul

  • De acordo com o mais recente balanço da Defesa Civil, subiu para 107 o número de mortes confirmadas pelas fortes chuvas e enchentes que atingem o estado gaúcho.
  • São 136 pessoas desaparecidas, mais de 164 mil desalojadas e aproximadamente 67 mil em abrigos.
  • A tragédia climática causou impactos severos em 425 dos 497 municípios gaúchos, afetando diretamente quase um milhão e meio de pessoas.
  • O lago Guaíba atingiu o maior nível da história, passando dos 5 metros e 30 centímetros.
  • As inundações paralisaram quase que completamente o fornecimento de água e luz em Porto Alegre e em outras cidades.
  • Além disso, centenas de pessoas continuam ilhadas e os resgates têm acontecido 24 horas por dia.
  • Um dos pontos que continua completamente alagado é o Aeroporto Internacional Salgado Filho, que anunciou a suspensão de todas as operações até 30 de maio.
  • Vias bloqueadas ainda dificultam a saída e entrada na cidade.
  • Na região Sul, a Lagoa dos Patos também começou a inundar alguns municípios, caso de Rio Grande.
  • Em 2023, uma série de desastres climáticos causou uma verdadeira devastação no Rio Grande do Sul.
  • Foram registradas 16 mortes em junho, 54 em setembro e outras 5 em novembro.