Um dos efeitos das mudanças climáticas é a frequência maior de chuvas torrenciais e enchentes. É o que estamos observando neste momento no Rio Grande do Sul, que enfrenta a maior tragédia climática da história do estado, com mais de 100 mortos e um rastro de destruição sem precedentes. Neste cenário, aumenta a importância de um planejamento hídrico eficiente em grandes cidades.

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Investimentos em paisagismo e drenagem

O termo “cidade-esponja” surgiu na China por volta de 2010, mas ganhou o mundo rapidamente. A iniciativa consiste na adoção de uma abordagem ampla para a mitigação de enchentes urbanas a partir da utilização de projetos inovadores de paisagismo e drenagem.

As técnicas diferem de outras abordagens de gerenciamento de águas pluviais porque são dimensionadas para tempestades muito maiores e precisam ser aplicadas em quase todas as superfícies urbanas.

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Nas cidades-esponja, toda superfície precisa estar conectada a um espaço que possa inundar com segurança. Para isso, as ruas precisariam ser redesenhadas para direcionar as águas pluviais para parques e campos de recreação construídos metros abaixo da superfície da rua e projetados para inundar com segurança em condições climáticas extremas. As áreas naturais existentes seriam aproveitadas para o armazenamento de águas pluviais.

Os estacionamentos, por exemplo, podem ser projetados para inundar e liberar a água lentamente. O mesmo pode acontecer com quadras de futebol, parques e praças. Dependendo de onde ocorrerem as chuvas extremas, esses sistemas poderão funcionar individualmente ou em conjunto. As informações são do The Conversation.

Enchentes no Rio Grande do Sul (Imagem: reprodução/Defesa Civil RS)

Tragédia climática no Rio Grande do Sul

  • De acordo com o mais recente balanço da Defesa Civil, subiu para 113 o número de mortes confirmadas pelas fortes chuvas e enchentes que atingem o estado gaúcho.
  • São 146 pessoas desaparecidas, mais de 337 mil desalojadas e aproximadamente 70 mil em abrigos.
  • A tragédia climática causou impactos severos em 435 dos 497 municípios gaúchos, afetando diretamente quase dois milhões de pessoas.
  • O lago Guaíba atingiu o maior nível da história, passando dos 5 metros e 30 centímetros.
  • As inundações paralisaram quase que completamente o fornecimento de água e luz em Porto Alegre e em outras cidades.
  • Um dos pontos que continua completamente alagado é o Aeroporto Internacional Salgado Filho, que anunciou a suspensão de todas as operações até 30 de maio.
  • Vias bloqueadas ainda dificultam a saída e entrada na cidade.
  • Na região Sul, a Lagoa dos Patos também começou a inundar alguns municípios, caso de Rio Grande.
  • Em 2023, uma série de desastres climáticos causou uma verdadeira devastação no Rio Grande do Sul.
  • Foram registradas 16 mortes em junho, 54 em setembro e outras 5 em novembro.