Desde quando foi lançada, os cientistas têm usado a Teoria da Relatividade Geral de Einstein para explicar a gravidade no Universo. No entanto, agora um grupo de pesquisadores apontou que existem algumas inconsistências na teoria.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Waterloo e da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, e publicado recentemente no Journal of Cosmology and Astroarticle Physics. No artigo foi apontado que a teoria não consegue explicar a gravidade na escala cósmica de aglomerados de galáxias.

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Inconsistências da Teoria da Relatividade Geral em resumo

  • Os pesquisadores perceberam que em escala cósmica, a gravidade parece funcionar diferente do previsto;
  • As galáxias há bilhões de anos-luz de distância parecem se mover em velocidades próximas à da luz, diferente do que sugere a teoria;
  • As descobertas mudam algumas coisas nos cálculos de Einstein, mas é preciso mais investigações para termos um modelo conclusivo
Na escala cósmica, dos aglomerados de galáxias, a relatividade geral parece não se aplicar (Crédito: ESA/Hubble e NASA, RELÍQUIAS)
Na escala cósmica, dos aglomerados de galáxias, a relatividade geral parece não se aplicar (Crédito: ESA/Hubble e NASA, RELÍQUIAS)

A Teoria da Relatividade Geral explica a gravidade no Universo, mas não tudo

A Teoria da Relatividade Geral demonstra como a gravidade funciona em boa parte do Universo. Na verdade, o modelo sugere que ela impacta não só as três dimensões físicas como também o tempo, além de ser útil para teorizar o Big Bang e a “fotografar” buracos negros.

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No entanto, o próprio Einstein sabia que sua teoria não poderia explicar completamente a gravidade do Universo. Agora, a equipe por trás do novo estudo apontou que quando tentamos compreender essa força em escala cósmica, a dos aglomerados de galáxias, ela deixa de corresponder a teoria, como se a gravidade se tornasse 1% mais fraca quando a analisamos em distâncias longas, há bilhões de anos-luz. 

Em longas distâncias, em escalas de bilhões de anos-luz, a gravidade parece ser 1% mais fraca (Crédito: ValentynaK/ Shutterstock)
Em longas distâncias, em escalas de bilhões de anos-luz, a gravidade parece ser 1% mais fraca (Crédito: ValentynaK/ Shutterstock)

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As galáxias nessas regiões parecem muito mais rápidas que o normal, viajando em velocidades próximas à da luz, o que os pesquisadores chamam de “falha cósmica”. Essas descobertas modificam e até mesmo amplificam um pouco as fórmulas matemáticas da teoria de Einstein. As alterações resolvem algumas das inconsistências sem afetar as aplicações bem-sucedidas da relatividade geral.

Pense nisso como uma nota de rodapé à teoria de Einstein. Depois de atingir uma escala cósmica, os termos e condições se aplicam. 

Robin Y. Wen, autor do estudo, em comunicado

Os pesquisadores ainda pontuaram que essa é uma primeira pista do quebra-cabeça cósmico, sendo necessários mais estudos e investigações para chegarmos a um modelo final.