Calor elevado na Ásia foi agravado pela ação humana

Ação do homem nas mudanças climáticas tornou onda de calor intensa no continente 45 vezes mais provável de ocorrer
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Rodrigo Mozelli 15/05/2024 21h16, atualizada em 04/06/2024 20h59
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Imagem: aappp/Shutterstock
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A ação humana que causa alterações climáticas no planeta é o que tornou 45 vezes mais provável a ocorrência das fortes ondas de calor vistas na Ásia e no Oriente Médio no final de abril, indica estudo publicado na terça-feira (14).

As temperaturas escaldantes foram sentidas em grandes áreas da Ásia. Como em Gaza, a oeste – onde mais de duas milhões de pessoas enfrentam escassez de água potável, falta de cuidados de saúde e de outros bens essenciais devido aos ataques armados de Israel.

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Nas Filipinas, a leste, não foi diferente. Durante vários dias consecutivos no mês passado, foram registradas temperaturas acima dos 40 °C.

O estudo foi divulgado pelo grupo de cientistas World Weather Attribution, que utiliza modelos climáticos estabelecidos para determinar rapidamente se as alterações climáticas causadas pelo homem desempenharam papel em eventos climáticos extremos em todo o mundo.

Nas Filipinas, os cientistas descobriram que o calor era tão extremo que teria sido impossível sem as alterações climáticas causadas pelo homem. Em algumas partes do Oriente Médio, as alterações climáticas aumentaram a probabilidade do evento.

“Pessoas sofreram e morreram quando as temperaturas de abril dispararam na Ásia. Se os humanos continuarem a queimar combustíveis fósseis, o clima continuará a aquecer e as pessoas vulneráveis continuarão a morrer”, disse Friederike Otto, autora do estudo e cientista climática do Imperial College, em Londres (Inglaterra).

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Imagem: VladisChern/Shutterstock

Onda de calor na Ásia em abril causou mortes

  • Pelo menos 28 mortes relacionadas com o calor foram notificadas em Bangladesh, bem como cinco na Índia e três em Gaza, todas em abril;
  • O estudo também relata aumento nas mortes por calor em 2024 na Tailândia e nas Filipinas;
  • O calor também teve grande impacto na agricultura, causando danos às colheitas e redução dos rendimentos;
  • Por conta das temperaturas altas, férias escolares foram prolongadas e escolas fechadas em vários países, afetando milhares de estudantes.

Birmânia, Laos e Vietnã quebraram recordes para o dia mais quente de abril, e as Filipinas viveram a noite mais quente de sua história, com temperatura mínima de 29,8 °C. Na Índia, as temperaturas chegaram a 46 °C. O mês foi o abril mais quente já registrado em todo o mundo e o 11º mês consecutivo que quebrou o recorde de mês mais quente.

O estudo concluiu que as temperaturas extremas passaram a ser cerca de 0,85 °C mais quentes na região devido às alterações climáticas causadas pela humanidade.

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Imagem: Ed Connor/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.