Imagem: gerada por inteligência artificial DALL-E/Nayra Teles
O mesotelioma pleural é um tipo raro de câncer originado na pleura, um tecido fino que reveste o pulmão. É causado por exposição ao amianto e costuma ser extremamente agressivo. Uma nova descoberta da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) pode ajudar a monitorar e prever a mortalidade pela doença.
Segundo o estudo, pacientes não operados e com baixa expressão da proteína mesotelina têm três vezes mais risco de morrer. A descoberta não é só uma maneira de acompanhar a evolução da doença, mas também abre portas para terapias mais eficazes.
O mesotelioma pleural se desenvolve a partir da exposição ao asbesto (amianto), que danifica as células da pleura. Em defesa, macrófagos (células imunológicas) tentam resolver o problema, mas acabam causando uma inflamação crônica. Com o tempo, células mesoteliais se proliferam descontroladamente, levando ao câncer.
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A doença geralmente aparece aos 50 anos. Atinge principalmente trabalhadores (homens) expostos ao amianto presente em caixas d’água, telhas, forros, pisos e divisórias. O material é reconhecido como cancerígeno e proibido em vários países, incluindo o Brasil.
A pesquisa, que contou com o apoio da FAPESP, utilizou um software chamado QuPath para identificar o biomarcador do câncer pulmonar. Primeiro, aplicaram uma técnica de imuno-histoquímica para estudar 82 amostras cirúrgicas e biópsias de pacientes com mesotelioma. Assim, detectaram expressão de biomarcadores como mesotelina e PD-L1.
Depois, lâminas com amostras foram digitalizadas e analisadas pelo QuPath, que quantificou a expressão dos marcadores. Os resultados mostraram a importância da mesotelina e o potencial utilitário terapêutico quando combinada com PD-L1. O estudo continua para entender melhor essa relação.
Detalhes da pesquisa foram divulgados na Frontiers in Immunology.
Esta post foi modificado pela última vez em 16 de maio de 2024 14:28