Este arranha-céu tem um segredo para se manter fresco sem usar energia

Projeto de arranha-céu na Noruega usa energia solar, arquitetura e muita água para manter ambientes sempre regulados
Vitoria Lopes Gomez18/05/2024 06h30
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Exterior do arranha-céu Vertikal Nydalen (Imagem: Snøhetta/Reprodução)
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Um projeto recém-concluído de arranha-céu em Oslo, na Noruega, vai permitir que os visitantes estejam sempre em temperaturas amenas com um método diferente (não, não estamos falando de ar-condicionado). Na verdade, o edifício sustentável não usa fontes de energia tradicionais para fazer com que seus ambientes fiquem sempre frescos.

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Arranha-céu sustentável

O projeto Vertikal Nydalen, do escritório norueguês Snøhetta, é descrito como um arranha-céu com eficiência energética.

Com um design inteligente e tecnologias sustentáveis, o edifício se mantém em uma temperatura confortável o ano inteiro, seja no frio ou no calor, sem usar energia de rede.

O segredo é um sistema chamado de “solução triplo zero”. Nela, poços geotérmicos enterrados profundamente no solo do terreno fazem a água circular nas paredes de argila e concreto do prédio, se adaptando à necessidade de resfriamento ou aquecimento.

A bomba de calor que impulsiona a água pelos andares fica por conta da energia solar vinda de painéis solares no telhado.

Painéis solares nos telhados do arranha-céu (Imagem: Snøhetta/Reprodução)

Outras tecnologias no prédio

Outras tecnologias sustentáveis garantem o ambiente fresco, como vidros que maximizam a luz natural no interior, aberturas para ventilação e paredes angulares que mantém o arranha-céu ventilado.

A fachada também tem uma adaptação nesse sentido, como explicou o escritório:

Como os sistemas de ventilação tradicionais em edifícios de escritórios muitas vezes exigem um teto rebaixado de até um metro da laje, esta solução natural sem dutos e ventiladores economiza muito espaço – espaço que é melhor aproveitado para luz e abertura, e que pode melhorar drasticamente as qualidades espaciais dos quartos. A fachada angular foi projetada para criar diferenças de pressão que permitem que o ar se mova através do edifício. O ar entra através de válvulas na fachada, que abrem e fecham conforme necessário. Quando duas janelas abrem em lados diferentes do edifício, a diferença de pressão força o ar se mova pelas instalações, então o ar circula.

Snøhetta
Interior do arranha-céu (Imagem: Snøhetta/Reprodução)

Desempenho em tempo real do arranha-céu

  • De acordo com o New Atlas, o exterior do projeto tem acabamento em pinho e varandas em aço que contrastam com a madeira quente;
  • No interior, os visitantes dispõem de restaurantes no solo, escritórios no piso acima e 40 apartamentos nos pisos superiores;
  • Embora não utilize energia de rede para regular a temperatura ambiente, o arranha-céu usa energia em outras funções, como iluminação e cabeamento;
  • Os visitantes podem dar feedbacks de desempenho do prédio em tempo real aos realizadores, ajudando na coleta de dados sobre otimização de uso de energia. Basta que eles escaneiem QR Codes espalhados pelo ambiente e escrevam suas críticas.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.