A tragédia climática que atinge o Rio Grande do Sul também gera graves impactos sanitários. O governo gaúcho confirmou duas mortes por leptospirose. As vítimas tinham 33 e 67 anos e viviam nos municípios de Venâncio Aires e Travesseiro, respectivamente.

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Risco elevado de leptospirose

O aumento dos casos da doença já tem sido registrado e preocupa as autoridades de saúde do Rio Grande do Sul. O principal fator de risco é o contato com a água das cheias, que ainda está presente em boa parte do estado.

A leptospirose é causada pela bactéria leptospira, presente na urina de ratos e transmitida pelo contato com água ou solo contaminados. A bactéria pode se manter viva na água da chuva e também pode permanecer nos resíduos úmidos, como a lama.

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A leptospira penetra no organismo humano através de feridas na pele. Ela ainda pode entrar pelas mucosas da boca e dos olhos. Embora seja possível, a transmissão entre pessoas é bastante rara.

Doença é causada pela bactéria leptospira, presente na urina de ratos (Imagem: Chanawat Jaiya/Shutterstock)

Os especialistas alertam que a doença pode ser fatal. Geralmente, os sintomas da leptospirose costumam regredir depois de alguns dias, mas ainda assim existe a possibilidade de o quadro evoluir e causar até a falência de órgãos.

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Na maioria das vezes, no entanto, a leptospirose é assintomática. Quando se manifesta, seus sintomas mais comuns são febre alta, mal-estar e dor muscular (principalmente na cabeça e no tórax), que normalmente regridem em três ou quatro dias. Algumas pessoas podem ter diarreia, náuseas, calafrios.

Em aproximadamente 15% dos pacientes, ela evolui para manifestações mais graves, que ocorrem geralmente após a primeira semana. As mais clássicas são icterícia (presença de uma cor amarelada na pele, membranas, mucosas e olhos), complicações renais, torpor e coma.

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Em caso de qualquer um dos sintomas a recomendação é procurar atendimento médico urgentemente. O tratamento da doença inclui o uso de antibióticos e outros medicamentos. Não existe vacina para humanos, apenas para animais.

Inundação após chuva em cidade no Rio Grande do Sul
Alagamentos aumentam riscos de contrair a bactéria (Imagem: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

Tragédia climática no Rio Grande do Sul

  • De acordo com o mais recente balanço da Defesa Civil, subiu para 161 o número de mortes confirmadas pelas fortes chuvas e enchentes que atingem o estado gaúcho.
  • São 82 pessoas desaparecidas, mais de 581 mil desalojadas e aproximadamente 71 mil em abrigos.
  • A tragédia climática causou impactos severos em 467 dos 497 municípios gaúchos, afetando diretamente mais de dois milhões de pessoas.
  • O lago Guaíba atingiu o maior nível da história, passando dos 5 metros e 30 centímetros.
  • Um dos pontos que continua alagado em Porto Alegre é o Aeroporto Internacional Salgado Filho, que anunciou a suspensão de todas as operações até o final de agosto.
  • Em 2023, uma série de desastres climáticos causou uma verdadeira devastação no Rio Grande do Sul.
  • Foram registradas 16 mortes em junho, 54 em setembro e outras 5 em novembro.