Há anos, o desaparecimento misterioso de centenas de estrelas vem intrigando os astrônomos. Só nos últimos 70 anos, ao menos 100 estrelas sumiram sem explicações, de acordo com o projeto Vanishing and Appearing Sources during a Century of Observations (VASCO) – Fontes que Desaparecem e Aparecem durante um Século de Observações, em tradução livre. Um novo estudo, entretanto, finalmente pode ter encontrado a resposta para os sumiços.

Entenda:

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  • Um novo estudo pode ter encontrado uma resposta para o desaparecimento misterioso de estrelas sem deixar vestígios;
  • Em uma análise do sistema binário VFTS 243, cientistas encontraram evidências de que estrelas com massa suficiente podem se transformar em buracos negros sem uma explosão massiva – ou seja, sem virarem supernovas;
  • As observações devem passar por novas análises, mas equipe acredita que a hipótese seja promissora e possa inspirar pesquisas futuras;
  • O estudo foi publicado na Physical Review Letters.
Pessoa apontando para vórtex de estrelas no céu
Desaparecimento de estrelas pode ter explicação. (Imagem: Mike Ver Sprill/Shutterstock)

No estudo publicado na Physical Review Letters, cientistas analisaram o sistema binário VFTS 243, localizado nos arredores da Via Láctea, encontrando evidências de que estrelas com massa suficiente podem entrar em colapso em um buraco negro sem virarem supernovas – ou seja, transformando-se diretamente em buracos negros sem uma explosão massiva.

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Colapso total pode explicar desaparecimento de estrelas

Os pesquisadores acreditam que o desaparecimento de algumas grandes estrelas possa ocorrer pela perda de massa “exclusivamente através da emissão de neutrinos e de um impulso associado em vez da ejeção de massa bariônica”, como explicaram no estudo.

Imagem real de um aglomerado de estrelas no Universo
Colapso total pode explicar desaparecimento de estrelas. (Imagem: Procy/Shutterstock)

“Observar uma estrela visível passando por um colapso total, poderia, no momento certo, ser como olhar uma estrela se extinguir repentinamente e desaparecer dos céus. O colapso é tão completo que nenhuma explosão ocorre, nada escapa e não se veria nenhuma supernova brilhante no céu noturno”, disse Alejandro Vigna-Gómez, coautor do estudo, em um comunicado.

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As conclusões da equipe, claro, ainda devem passar por mais análises, mas parecem promissoras. “Nossos resultados destacam o VFTS 243 como o melhor caso observável até agora para a teoria dos buracos negros estelares formados através do colapso total. Esperamos que o sistema sirva como uma referência crucial para pesquisas futuras sobre a evolução estelar e seus colapsos”, completou Irene Tamborra, coautora do estudo.