Há anos, o desaparecimento misterioso de centenas de estrelas vem intrigando os astrônomos. Só nos últimos 70 anos, ao menos 100 estrelas sumiram sem explicações, de acordo com o projeto Vanishing and Appearing Sources during a Century of Observations (VASCO) – Fontes que Desaparecem e Aparecem durante um Século de Observações, em tradução livre. Um novo estudo, entretanto, finalmente pode ter encontrado a resposta para os sumiços.
Entenda:
- Um novo estudo pode ter encontrado uma resposta para o desaparecimento misterioso de estrelas sem deixar vestígios;
- Em uma análise do sistema binário VFTS 243, cientistas encontraram evidências de que estrelas com massa suficiente podem se transformar em buracos negros sem uma explosão massiva – ou seja, sem virarem supernovas;
- As observações devem passar por novas análises, mas equipe acredita que a hipótese seja promissora e possa inspirar pesquisas futuras;
- O estudo foi publicado na Physical Review Letters.
No estudo publicado na Physical Review Letters, cientistas analisaram o sistema binário VFTS 243, localizado nos arredores da Via Láctea, encontrando evidências de que estrelas com massa suficiente podem entrar em colapso em um buraco negro sem virarem supernovas – ou seja, transformando-se diretamente em buracos negros sem uma explosão massiva.
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Colapso total pode explicar desaparecimento de estrelas
Os pesquisadores acreditam que o desaparecimento de algumas grandes estrelas possa ocorrer pela perda de massa “exclusivamente através da emissão de neutrinos e de um impulso associado em vez da ejeção de massa bariônica”, como explicaram no estudo.
“Observar uma estrela visível passando por um colapso total, poderia, no momento certo, ser como olhar uma estrela se extinguir repentinamente e desaparecer dos céus. O colapso é tão completo que nenhuma explosão ocorre, nada escapa e não se veria nenhuma supernova brilhante no céu noturno”, disse Alejandro Vigna-Gómez, coautor do estudo, em um comunicado.
As conclusões da equipe, claro, ainda devem passar por mais análises, mas parecem promissoras. “Nossos resultados destacam o VFTS 243 como o melhor caso observável até agora para a teoria dos buracos negros estelares formados através do colapso total. Esperamos que o sistema sirva como uma referência crucial para pesquisas futuras sobre a evolução estelar e seus colapsos”, completou Irene Tamborra, coautora do estudo.