Imagem: gerada por inteligência artificial Dall-E/Nayra Teles
Os homens são os mais diagnosticados com autismo. Para cada quatro deles, apenas uma mulher também recebe o diagnóstico. Existem muitas razões para isso, e uma delas é que, até agora, não se sabia se o desenvolvimento cerebral entre pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) de sexos distintos é diferente.
Uma nova pesquisa, publicada na revista Molecular Psychiatry, investigou a questão e descobriu que, sim, existem algumas características distintas no amadurecimento cerebral entre autistas homens e mulheres. Essa descoberta pode facilitar o diagnóstico de meninas no futuro.
Entre os 2 e 10 anos, o córtex, parte externa do cérebro responsável por diferentes funções cognitivas, passa por um acelerado engrossamento. A densa barreira de conexões neurais formada neste momento passa posteriormente por um processo chamado de “afinamento cortical”.
Em termos leigos, ele basicamente filtra todo o excesso de informações e conhecimentos que a criança já adquiriu pela vida e prepara o cérebro para tarefas mais complexas. Assim, habilidades como linguagem, memória, atenção e controle motor são aprimoradas.
O novo estudo se concentrou especificamente nas diferenças desse amadurecimento cerebral entre meninos e meninas autistas. Dos 2 aos 13 anos, exames de 290 crianças no espectro (202 homens, 88 mulheres) e 139 neurotípicas (79 homens, 60 mulheres) foram analisados.
Após comparar o desenvolvimento do cérebro de autistas de sexos diferentes, a pesquisa encontrou algumas diferenças:
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As alterações cerebrais de pessoas autistas de sexos opostos podem ser explicadas por uma combinação de fatores. Algumas características têm origem genética, enquanto outras podem ser influenciadas pelos hormônios. Além disso, a cultura relacionada ao gênero também desempenha um papel importante na maneira como as pessoas se desenvolvem e se comportam.
O estudo observou diferenças entre os grupos masculino e feminino, mas reconhece a necessidade de pesquisas mais detalhadas para compreender completamente essas diferenças e seu impacto em pessoas transgênero, não binárias ou intersexuais com autismo.
É importante aprender mais sobre como as diferenças sexuais no desenvolvimento do cérebro podem interagir com o desenvolvimento autista e levar a diferentes resultados de desenvolvimento em meninos e meninas
Derek Andrews, da Universidade da Califórnia Davis, em publicação da UC Davis Health.
Esta post foi modificado pela última vez em 28 de maio de 2024 18:29