Redes sociais: Nova York quer restringir algoritmos para crianças

Projeto de lei no estado de Nova York quer impedir algoritmos que supostamente sugerem conteúdos impróprios para crianças nas redes sociais
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Gabriel Sérvio 05/06/2024 20h32, atualizada em 02/07/2024 12h26
crianças
Imagem: Ground Picture/Shutterstock
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O estado de Nova York planeja proibir empresas de mídia social de usar algoritmos para direcionar conteúdo para crianças sem o consentimento dos pais, sob um acordo provisório alcançado por legisladores estaduais, conforme informações do Wall Street Journal.

Algoritmo nas redes sociais seria prejudicial a menores

  • A legislação visa impedir que empresas de redes sociais forneçam feeds automatizados a menores.
  • Os críticos a esse tipo de prática alegam que os feeds criados por algoritmos levam as crianças a conteúdos violentos e sexualmente explícitos.
  • O projeto de lei, ainda em fase de conclusão, mas que deverá ser votado esta semana, também proibiria as plataformas de enviar notificações a menores durante a noite sem o consentimento dos pais.

A governadora democrata Kathy Hochul disse que a medida tornaria as mídias sociais menos viciantes, acrescentando que o uso intenso por adolescentes contribuiu para maiores casos de doenças mentais.

Grupos da indústria das mídias sociais levantaram questões sobre a constitucionalidade da proposta e disseram que a alfabetização mediática teria um impacto mais imediato.

Eles obtiveram liminares judiciais que impediram a entrada em vigor de regulamentações em outros estados. Nova York se tornaria o primeiro estado a decretar restrições sobre como o conteúdo é entregue, embora legislação semelhante esteja avançando na Califórnia.

Kathy Hochul, governadora do estado de Nova York, quer proteger jovens de danos causados por redes sociais – Imagem: lev radin/Shutterstock

“Eu, como líder deste estado, não posso ignorar os sinais de angústia e trauma entre os nossos jovens. E está definitivamente relacionado com o que está acontecendo com esses feeds de mídia social”, afirma a governadora Kathy Hochul.

Legisladores de Nova York e da Califórnia disseram esperar que sua abordagem fosse aprovada na avaliação legal porque regula como os feeds são montados, mas não restringe nenhum tipo específico de conteúdo.

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Aplicativos de redes sociais na tela de um celular.
Representantes das redes sociais são contra medida que proíbe algoritmo para crianças – Imagem: Viktollio/Shutterstock

Pelas propostas, os usuários menores de idade poderiam optar por seguir a conta que desejassem, mas os feeds seriam apresentados em ordem cronológica, sem interferência de algoritmos sugerindo conteúdos que seriam mais relevantes.

Um executivo da NetChoice, um grupo comercial cujos membros incluem Meta e X, disse que isso ainda violaria a Primeira Emenda porque restringe a organização de conteúdo.

O Senado e a Assembleia do estado de Nova York, controlados pelos democratas, votarão a medida antes do adiamento programado para esta semana, disseram autoridades legislativas.

Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.