Archaea é normalmente encontrada em ambientes extremos, como fontes geotérmicas (Imagem: Gomez et al., Scientific Reports, 2019)
Foi só nos últimos anos que começamos a pensar no hidrogênio para de geração de energia sustentável, o chamado hidrogênio verde. Uma forma de vida inédita encontrada em locais extremos já fazia isso há bilhões de anos: a archaea, um microorganismo inédito que produz gás hidrogênio naturalmente e de forma muito mais complexa que outras formas de vida.
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Cientistas descobriram a archaea, descrita como a terceira forma de vida depois das bactérias e das eucariotas. Trata-se de um domínio de organismos unicelulares sem estruturas internas ligadas à membrana.
Esse tipo de vida produz gás hidrogênio usando enzimas que, antes, haviam sido encontradas apenas nas outras duas formas de vida.
No entanto, as enzimas das archaea são as mais complexas até agora e permitiram que elas prosperassem em ambientes extremamente hostis da Terra, com pouco ou até nenhum oxigênio.
O co-líder do estudo, o microbiologista Pok Man Leung, lembrou que humanos só recentemente começaram a pensar no hidrogênio como fonte de energia. Esse microorganismo já o faz há bilhões de anos. Agora, temos a oportunidade de se inspirar neles para revolucionar o setor de geração de energia.
O hidrogênio verde é tido como uma das energias do futuro, mas esbarra em alguns desafios. Um deles é a fonte produtora do material, que precisa ser renovável, a infraestrutura de produção, cadeia de abastecimento e os preços disso.
A archaea não tem todas essas preocupações, mas pode facilitar a primeira etapa. Como lembra o Science Alert, os microorganismos produzem gás hidrogênio naturalmente e por diversas finalidades. Uma delas é eliminar o excesso de elétrons resultantes da fermentação, do qual eles tiram energia.
Nesse processo, as enzimas descritas, chamadas de hidrogenases, são as responsáveis por produzir e consumir o hidrogênio.
Esta post foi modificado pela última vez em 12 de junho de 2024 21:03