Os Neandertais intrigam pesquisadores e permanecem no centro do debate sobre a evolução das espécies, inclusive, ajudando na compreensão dos Homo sapiens.

Um estudo dos últimos anos ajudou a entender no que essa espécie milenar e a nossa diferem e se assemelham no quesito linguagem. Apesar das semelhanças na fala, um aspecto principal diferenciou as duas.

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Neandertais foram extintos antes dos Homo sapiens

  • Para contextualizar, os Neandertais (Homo neanderthalensis) viveram na Europa, enquanto os Homo sapiens (espécie dos humanos) viveram na África e, depois, se espalharam pelo mundo;
  • A primeira espécie foi extinta há cerca de 40 mil anos, enquanto a segunda continuou povoando o planeta;
  • Pesquisadores se dedicam a estudar artefatos, restos mortais e bens imateriais (a exemplo, pinturas rupestres) como forma de entender mais sobre os Neandertais, na esperança de reconstruir a história da evolução;
  • No entanto, a autoria e a autenticidade dos achados pode ser questionada, já que outros povos passaram pelas mesmas regiões após a extinção;
  • Um das descobertas é sobre a linguagem da espécie.

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Crãnio de neandertal (Crédito: Vitezslav Halamka/ Shutterstock)
Cérebro de neandertais indicavam diferença principal na linguagem em relação à dos Homo sapiens (Imagem: Vitezslav Halamka/Shutterstock)

Fala dos Neandertais era parecida com a nossa

Segundo o IFLScience, evidências anatômicas indicam que os Neandertais tinham tratos vocais e vias auditivas bem parecidas com as dos Homo sapiens. Isso significa que, de perspectiva exclusivamente anatômica, eles podem falar como nós.

Inclusive, estudos anteriores já haviam mostrado que genes neandertais estão presentes na genética sapiens, sugerindo comunicação que permitiu múltiplos episódios de cruzamento entre as espécies.

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Posteriormente, reconstruções digitais 3D do cérebro de Neandertais mostraram diferenças significativas em relação aos Homo sapiens. Por exemplo, a primeira espécie tinha lobo occipital relativamente grande, focando mais no processamento visual do que na linguagem.

O tamanho total também diferia, com o cérebro deles sendo relativamente pequeno, cheio de neurônios e de formato diferente do nosso. Nisso, uma pesquisa de 2019 concluiu que essas mudanças também provocam mudanças na forma de aprendizagem, cognição e na linguagem.

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Diferença estava na compreensão das palavras (Imagem: Philippe Plailly & Atelier Daynes/Science Source)

Diferença nos cérebros impactaram a linguagem

E o que o cérebro diferente tem a ver com a linguagem dos Neandertais em relação à nossa?

Alguns estudos já tinham descoberto como os humanos armazenam e processam palavras, algo que tem relação direta com o órgão. Por exemplo, o cérebro no Homo sapiens se desenvolveu em forma esférica com redes neurais conectadas entre si.

Isso levou a avanços, como a compreensão de palavras icônicas (que comunicam a partir da relação do som, tamanho, movimento e textura com o conceito que representam), regras semânticas, sintáticas e associações sensoriais da fala com seus significados. Quando falamos “au au”, sabemos do que se trata.

Foi essa característica que permitiu a capacidade de interpretação no cérebro humano, algo que não aconteceu no desenvolvimento dos Neandertais. Ou seja, no final das contas, a espécie extinta não seria capaz de entender uma metáfora como nós.