Golpe do Pix: sistema de reembolso passará por mudanças

Atualmente, apenas 9% dos pedidos de ressarcimento de valores roubados em golpes via Pix são reembolsados
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 13/06/2024 14h39
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Imagem: Marciobnws/Shutterstock
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O Pix caiu nas graças da população brasileira, mas também é suscetível a atuação de golpistas. Por isso, o Banco Central e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) irão modificar o jeito como funciona o sistema criado para ressarcir os correntistas vítimas de fraudes. As informações são do UOL.

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Pessoa segurando celular com imagem de logotipo do PIX aberta em frente tela com foto de notas de reais
Apenas em 2023, foram 2,5 milhões registros de fraudes envolvendo o Pix (Imagem: Cris Faga/Shutterstock)

Problemas na recuperação do dinheiro roubado

  • O Mecanismo Especial de Devolução (MED) funciona desde 2021, mas só reembolsou 9% dos pedidos de ressarcimento feitos no ano passado.
  • O número é considerado baixo e contrasta com outros dados.
  • No Brasil, quase cinco golpes via Pix acontecem por minuto. 
  • Apenas em 2023, foram 2,5 milhões casos do tipo.
  • No mesmo ano, o MED foi acionado 2,5 milhões de vezes, mas apenas 225 mil solicitações foram atendidas.
  • Segundo um estudo da Silverguard, fintech de segurança financeira digital, de cada 100 pedidos, 89 não vão adiante por falta de saldo na conta do golpista para ressarcir a vítima.
  • Isso acontece porque os criminosos transferem o valor roubado para outras contas.
  • Mesmo quando há o recebimento da devolução, dificilmente todo o dinheiro é recuperado (apenas em 35% dos casos).
  • Isso significa que duas em cada três devoluções são parciais e a maioria de centavos.
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Novo sistema de ressarcimento deve entrar em operação até o final do ano que vem (Imagem: Marciobnws/Shutterstock)

O que vai mudar?

Em meio a este cenário, a Febraban disse que começou a debater nesta semana com Banco Central melhorias no mecanismo. Batizado de MED 2.0, o novo sistema deve entrar em operação até o final de 2025.

A principal mudança é que outras contas ligadas aos criminosos poderão ser usadas para o bloqueio e posterior devolução de valores. Atualmente, é possível realizar apenas o congelamento de recursos na conta recebedora do golpe.

A ideia é também tornar o Mecanismo Especial de Devolução mais eficiente e conhecido. Segundo pesquisa da Silverguard, 90% dos brasileiros não sabem que o sistema criado para ressarcir os correntistas vítimas de fraudes existe.

Para fazer uso do serviço é necessário entrar em contato com o seu banco para registrar o problema. A instituição de destino dos valores então é acionada para fazer o bloqueio dos recursos. Também é preciso registrar um boletim de ocorrência para comprovar a fraude.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.