Um agrupamento de manchas solares que tinha o tamanho da Terra quando surgiu no lado visível do astro, há poucos dias, já está mais de cinco vezes maior. De acordo com o Centro de Previsão do Tempo Espacial (SWPC) da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA, é possível que explosões fortes sejam desencadeadas dessa região ativa do Sol.

Por enquanto, a atividade do grupo AR3712 acaba de subir de fraca para moderada. A região produziu duas pequenas explosões M, uma M1.6 e uma M1.56. Além de ter aumentando para quase 6,5 vezes o tamanho da Terra, o local está mantendo sua complexidade magnética beta-gama-delta.

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Crescimento da mancha solar AR3712 em tamanho e complexidade magnética. Imagens captadas pelo Observatório de Dinâmicas Solares (SDO), da NASA, em luz visível e luz ultravioleta extrema. Crédito: SDO/NASA via EarthSky.org

Em outras palavras, a grande mancha solar AR3712 tem um campo magnético de polaridade mista com os polos norte (positivo) e sul (negativo) colidindo juntos. Isso é chamado de “reconexão magnética” – quando dois campos magnéticos apontando em direções opostas interagem e liberam energia que contribui para o aquecimento atmosférico. 

Chance para explosões solares de classe X ainda é baixa

Por esses fatores, mais explosões M e possivelmente X podem estar a caminho. Esses eventos são classificados em um sistema de letras pela NOAA – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior.

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A classe X, no caso, denota os clarões de máxima intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força. Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente. 

Regiões ativas do Sol nesta segunda-feira (17). Créditos: Imagem original (NASA/SDO – AIA, EVE e HMI), com rotulagem da EarthSky.org

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De acordo com o guia de observação espacial Earthsky.org, nas 24 horas entre as manhãs de domingo (16) e segunda-feira (17), o Sol produziu 29 explosões, incluindo duas de classe M. A mais forte foi uma erupção M1.6 da região ativa AR3712, às 4h54 (pelo horário de Brasília) desta segunda-feira (17). 

Isso causou um apagão de rádio de classe R1 (fraco) que afetou uma área sobre o oeste da Ásia. A mesma mancha também produziu uma explosão M1.56 às 7h40. Esse evento causou um apagão de rádio R1 que afetou uma área sobre a África

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Para as próximas 24 horas, a NOAA calcula que a chance de surtos C é de 99%, com 55% para explosões M e 10% de risco de surtos X.

Como a mancha solar AR3712 está voltada para a Terra, é possível que o vento solar expelido por eventuais explosões atinjam o planeta, provocando tempestades geomagnéticas. Dependendo da intensidade com que esse material consegue perturbar a atmosfera, os efeitos vão desde lindas exibições de auroras nos extremos do globo até falhas em sinais de rádio e de satélites.