O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, criticou que a autenticação – aqueles selos de “verificado” – em redes sociais custe assinaturas mensais. Para ele, o preço devia ser CPF, nome completo e data de nascimento do usuário.

Presidente da Anatel critica mecanismos de verificação de usuários das redes sociais

  • O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, criticou a cobrança de assinaturas mensais para a autenticação de usuários em plataformas – oferecidas pela Meta e X (antigo Twitter), por exemplo. Ele argumenta que a verificação deveria ser obrigatória e baseada em CPF, nome completo e data de nascimento;
  • Baigorri sugeriu que todas as plataformas digitais deveriam exigir a verificação de perfis de todos os usuários, similar ao processo de compra de chips pré-pagos para celulares, onde é necessária a identificação do comprador;
  • O presidente da Anatel mencionou a Constituição de 1988 para reforçar sua posição, destacando que a liberdade de expressão é assegurada, mas o anonimato é proibido. Ele aponta que a verificação obrigatória poderia prevenir abusos e melhorar a responsabilização online;
  • Baigorri alertou que o anonimato nas redes sociais facilita a criação de perfis falsos que podem prejudicar a honra de terceiros, tornando difícil a busca por reparação. No ambiente digital, a falta de responsabilização gera um ambiente propício para abusos e desinformação, segundo o presidente da Anatel.
Presidente da Anatel durante evento na Câmara dos Deputados, no qual falou sobre perfis verificados nas redes sociais
Presidente da Anatel falou sobre verificação de perfis nas redes sociais em evento na Câmara (Imagem: Reprodução/YouTube)

Segundo o presidente da agência, as plataformas de redes sociais – Meta e X (antigo Twitter), por exemplo – transformaram a verificação de identidade de usuários num serviço pago. Hoje em dia, é uma espécie de luxo. E, para ele, deveria ser obrigatório.

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Baigorri falou sobre o assunto durante seminário sobre desafios regulatórios no ecossistema digital, na quarta-feira (19). O seminário é organizado pela Comissão de Comunicação (CCom) da Câmara dos Deputados.

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Em crítica a ‘mercado de verificados’, presidente da Anatel cita a Constituição

verificado
Presidente da Anatel criticou como redes sociais cobram por verificação de perfis (Imagem: Fantastic Studio/Shutterstock)

No Meta Verified, criado em 2023, o usuário paga aproximadamente R$ 54 por mês para receber uma espécie de autenticação no Instagram e no Facebook. Já o X passou a cobrar R$ 60 mensais pelo “selo azul” após a plataforma ser comprada por Elon Musk.

Para o presidente da Anatel, as plataformas digitais poderiam obrigar a verificação dos perfis de todos os usuários, igual acontece, por exemplo, quando se compra um chip pré-pago para celular (consumidor precisa sempre se identificar).

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Baigorri citou a Constituição de 1988 – que assegura liberdade de expressão, mas proíbe anonimato, conforme apontado por ele, para reforçar a necessidade da verificação ser obrigatória nas redes sociais.

Quando a gente associa anonimato como regra, em que qualquer um faz um perfil fake atentando contra a honra dos outros, e quem busca reparação vai dar em um beco sem saída, junta a gasolina e fogo para a barbárie, para o retrocesso civilizatório no ambiente digital, que cria o estado de coisas que vemos hoje nas redes sociais.

Carlos Baigorri, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)

O presidente da Anatel continua: “Se a liberdade atenta contra a honra de terceiro, o Estado garante a esse terceiro formas de buscar os seus direitos. No ambiente digital, isso não existe. E a lei do cadastro pré-pago pode ser uma referência.”