Furacão provocou mudança comportamental em macacos; veja o que aconteceu

Segundo pesquisadores, os macacos de uma ilha em Porto Rico diminuíram a agressividade após a passagem de um furacão pelo local
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 21/06/2024 18h33
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Imagem: Charles Davis/Pixabay
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Cayo Santiago é uma ilha em Porto Rico habitada quase que exclusivamente por macacos. Por conta disso, pesquisadores têm estudado o local há décadas e descobriram que um furacão, em 2017, mudou o comportamento dos animais.

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Dois macacos da espécie macaco-rhesus em galho de árvore
Animais eram mais agressivos antes da passagem do furacão (Imagem: Tareq Uddin Ahmed/Shutterstock)

Observações feitas na “Ilha dos Macacos”

  • O local é conhecido como “Ilha dos Macacos” porque, em 1938, centenas de animais da espécie Macaca mulatta foram levados para a região.
  • Sem predadores, eles têm prosperado ao longo dos anos.
  • A oportunidade de estudar grandes populações de primatas em um ambiente controlado chamou a atenção de pesquisadores.
  • E os estudos apontaram para alguns efeitos provocados pela passagem de um furacão recentemente.
Furacão criou um desequilíbrio de recursos na ilha (Imagem: OSORIOartist/Shutterstock)

Mudança comportamental importante

Em 2017, o furacão Maria destruiu cerca de 63% da vegetação da ilha, mas a maioria dos macacos sobreviveu. No calor tropical, os animais precisam de sombra para sobreviver, e a menor quantidade de árvores criou um grave problema.

Os pesquisadores explicam que os macacos da ilha sempre foram conhecidos por sua agressividade. Por conta disso, esperava-se que os primatas iniciassem enormes disputas pela sombra remanescente. No entanto, não foi isso que aconteceu.

O estudo, publicado na revista Science, revela que os animais aumentaram a tolerância e diminuíram a agressividade uns com os outros, permitindo que mais macacos tivessem acesso à sombra escassa.

“Antes do furacão, tolerar os outros não tinha impacto no risco de morte. Depois, os macacos que exibiam mais tolerância social do que a média – e, portanto, eram mais capazes de compartilhar sombra – tinham 42% menos probabilidade de morrer do que aqueles que eram menos tolerantes”, observam os cientistas.

A pesquisa ainda destaca que “os macacos que começaram a compartilhar sombra também passam tempo juntos pela manhã, antes que o calor do dia os obrigue a buscar sombra.” Isso aumentou a capacidade de socialização da população da ilha.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.